Em meio a rumores de redução da missão no Haiti, presidente indica primeiro-ministro

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Publicado Terça, 06 de Setembro de 2011 às 08:24, por: CdB
Em meio a rumores de redução da missão no Haiti, presidente indica primeiro-ministro

Nome é o terceiro apontado em quatro meses. Outros dois foram rejeitados pelo Parlamento. Celso Amorim, ministro da Defesa, volta a defender retirada gradual

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 06/09/2011, 14:10

Última atualização às 14:10

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São Paulo - O médico Garry Conille, de 45 anos, é o terceiro nome indicado pelo presidente do Haiti, Michel Martelly, para o cargo de primeiro-ministro do país. O anúncio foi feito na segunda-feira (5). Outros dois indicados haviam sido rejeitados pelo Parlamento. Apesar de ter superado parte da instabilidade social, o país ainda sofre com problemas econômicos, e o presidente convive com forte oposição no Legislativo.

Garry Conille foi chefe de gabinete do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e representante especial no Haiti da Organização das Nações Unidas (ONU). O nome precisa ser ratificado pelo Parlamento.

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O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, avisou, em entrevista coletiva em Buenos Aires, que pretende levar à discussão com outros países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a retirada gradual das tropas do Haiti. O Brasil coordena as ações da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah), mas prefere decidir sobre uma eventual redução de tropas em conjunto com os demais países da região.

Nesta quinta-feira (8), em Montevidéu, uma reunião de ministros da Defesa dos países da Unasul terá o tema em pauta. "Os objetivos da missão eram estabelecer a paz e a democracia no país", disse Amorim. "As condições de segurança melhoraram e o Haiti já realizou a sua segunda eleição democrática desde o início da missão. Se fôssemos esperar a situação ficar perfeita, teríamos que permanecer lá para sempre."

Ele descartou uma saída rápida. O mandato da missão, que expira no dia 15 de outubro, será renovado, segundo Amorim. Atualmente, há 12,2 mil representantes da missão no Haiti, incluindo 2.166 militares brasileiros. Depois do terremoto de janeiro de 2010, mais 844 integrantes das Forças Armadas brasileiras foram enviados ao país.

Segundo o ministro da Defesa, é preciso evitar uma situação de "falso conforto" em relação à presença de soldados no Haiti. "Temos de discutir de maneira serena. Mas (a presença de tropas) tem de ser vista."

O Haiti é o país mais pobre das Américas. Os tremores de terra de 12 de janeiro do ano passado mataram 220 mil pessoas, além de deixar milhares de desabrigados. Houve colapso de infraestrutura em uma nação que já vivia um processo de reconstrução após crises políticas.

Desde que assumiu o ministério da Defesa, no lugar de Nelson Jobim, Amorim manifestou a intenção de encaminhar a retirada das tropas. Ele considera que a situação crítica de segurança foi superada. A ideia de tratar o tema na Unasul é permitir que se alcance uma em bloco para ser levada à ONU. A saída de soldados brasileiros tende a ser proporcionalmente menor do que a de outros países da região por estarem alocados na capital, Porto Príncipe.

Haitianos criticam a ação da Minustah desde o início da operação, há sete anos. Mesmo a epidemia de cólera no país teria sido iniciada a partir da chegada de soldados do Nepal, segundo relatório do próprio governo. A ocorrência de casos da doença ainda não foi plenamente controlada. Existem relatos pontuais de abusos sexuais e violações de direitos humanos. Os críticos da missão acreditam que a ação da ONU fere a soberania do país centro-americano.

Com informações da Agência Brasil

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