Em CPI, religiosa lista rotas usadas para tráfico de pessoas no Pará

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Publicado Terça, 26 de Junho de 2012 às 07:37, por: CdB

A coordenadora da Comissão Justiça e Paz (CJP) do Regional Norte 2 (Amapá e Pará) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irmã Henriqueta Cavalcante, relatou nesta terça-feira casos de tráfico de adolescentes e jovens do Pará e Amapá para exploração sexual. Os principais destinos, segundo a religiosa, são as capitais do Suriname, Paramaribo, e da Guiana Francesa, Caiena.

“Existe uma interligação muito forte entre exploração sexual, tráfico de pessoas, tráfico de drogas e trabalho escravo”, disse irmã Henriqueta, que vive sob escolta policial por estar ameaçada de morte.

De acordo com a religiosa, a falta de políticas públicas, de alternativas de trabalho e a desigualdade social fazem com que as pessoas se submetam ao trabalho escravo pela promessa de uma vida melhor.

Outra rota do tráfico de pessoas denunciada pela irmã Henriqueta é a região da ilha de Marajó, no Pará, onde as meninas são aliciadas para serem exploradas sexualmente em balsas. “O tráfico acontece ao nosso lado e não sabemos identificar.” Segundo ela, existe uma tolerância da sociedade civil, que contempla essa realidade e não a caracteriza como tráfico. Em seguida, a religiosa continuou seu depoimento a portas fechadas para detalhar a rede de tráfico de pessoas no Pará.

Irmã Henriqueta participou de audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas no Brasil sobre tráfico de pessoas para trabalhem em condições análogas às de escravo. O debate foi encerrado há pouco.

Às 14h30, no Plenário 9, Henriqueta Cavalcante participa da reunião de outra CPI: a que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes.

Tempo real:12:10 - Terceirização favorece trabalho escravo, reclama subsecretário11:37 - Não há tipificação legal para tráfico de pessoas no Brasil, reclama coordenador08:24 - CPI do Tráfico de Pessoas ouve religiosa jurada de morte no ParáReportagem – Tiago Miranda
Edição – Natália Doederlein

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Edição digital

 

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