'Economist' alerta para risco de alta exagerada dos juros

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Publicado Quinta, 03 de Fevereiro de 2005 às 16:45, por: CdB

A edição da revista londrina The Economist, que chega às bancas nesta sexta-feira, traz um artigo em que questiona se a alta da taxa de juros no Brasil não é exagerada.

Sob o título "Riscos, novos e antigos", a reportagem começa elogiando a política econômica ortodoxa do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Segundo a Economist, foi essa política que, além de ter deixado a economia mais resistente, "pavimentou o caminho para a recuperação econômica".

Mas, em seguida, o artigo sugere que o país pode estar exagerando na dose.

Consenso

"Os amigos (do Banco Central) não estão preocupados com a direção que ele tomou, mas com o fato de que ele pode ter se tornado exageradamente cauteloso."

Segundo a revista, é claro que o crescimento econômico vai ser menor neste ano, embora não haja consenso sobre a magnitude da desaceleração.

"As exportações devem cair, em parte porque as altas taxas de juros elevaram o valor do real."

Segundo a Economist, as próximas ações do Banco Central são cruciais e rumores de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia demitir diretores mais inflexíveis só pioram a situação.

"Isso força o banco a ser mais duro do que deseja no controle da inflação."

No final, o artigo afirma que há um consenso de que o BC "deveria aceitar um pouco mais de inflação em 2005 - 5,5% ou 6% (em comparação com a meta de 5,1%)".

"O presidente Lula não vai admitir, mas ele provavelmente espera que Meirelles esteja ouvindo (o argumento)", completa a revista.

No dia 19 de janeiro, o Banco Central elevou a taxa de juros básica da economia em 0,5 ponto percentual, para 18,25% ao ano.

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