Dólar reage e fecha em alta de 0,83%

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Publicado Quarta, 07 de Dezembro de 2005 às 15:14, por: CdB

Após quatro dias seguidos de baixa que levaram o dólar aos menores níveis desde 2001, os investidores resolveram ajustar suas posições nesta quarta-feira e fizeram a moeda norte-americana subir 0,83%. O dólar terminou a sessão negociado a R$ 2,195. A divisa iniciou a manhã em baixa e chegou a recuar a R$ 2,164 na cotação mínima do dia, mas o movimento de ajuste de posições se acentuou na segunda etapa dos negócios.

- Hoje eu senti um pouco mais de saída (de recursos), o pessoal não estava com tanta vontade de vender dólares - comentou Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez.

Nas últimas quatro sessões, o dólar recuou quase 2%, derrubado por fortes ingressos de recursos. Só no mês de novembro, os bancos mantiveram posições vendidas em dólar em US$ 3,421 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

- E também o BC está deixando cada vez mais claro de que vai continuar fazendo leilão, então hoje foi um dia de reversão do pessoal que estava vendendo - acrescentou o gerente.

O Banco Central voltou a atuar no mercado nesta quarta-feira tanto no leilão de compra de dólares quanto com o leilão de swap cambial reverso. Na segunda operação, o BC vendeu 12.300 dos 12.500 contratos oferecidos, equivalentes a US$ 587,2 milhões. Desde que o BC retomou as compras de dólares em outubro, as reservas internacionais aumentaram em US$ 9 bilhões.

Mas mesmo com as atuações, o fluxo positivo vem impedindo que o dólar assuma uma trajetória firme de alta. No mês de novembro, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 2,769 bilhões.

Alguns operadores citaram ainda uma cautela maior com o cenário político. Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou que poderiam ser feitos ajustes na política econômica, mas não entrou em detalhes. Com isso, os investidores ficaram um pouco receosos. Mas a tendência permanece de queda do dólar já que existe expectativa de mais ingressos de recursos no mercado, influenciados pela taxa de juro elevada e pelo patamar baixo do risco Brasil.

No final da tarde, o risco-país, medido pelo banco JP Morgan, estava praticamente estável, aos 317 pontos-básicos sobre os Treasuries.

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