A votação que opôs Venezuela e Guatemala no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) obteve grande atenção da imprensa internacional nesta segunda-feira. Os jornais destacam que a principal disputa por uma vaga rotativa é travada entre o governo do presidente Hugo Chávez e os Estados Unidos. O resultado, diz o argentino Clarín, pode ter efeito nas eleições para o Congresso dos Estados Unidos, que serão realizadas em novembro.
"Se a Venezuela conseguir se impor, a oposição democrata terá um novo argumento contra os candidatos republicanos durante a campanha", escreve o jornal.
"É a eleição mais 'quente' para o conselho desde a Guerra Fria", classificou o britânico Financial Times.
Em sua edição européia, o Wall Street Journal nota que o governo de George W. Bush "está engajado em uma contenda de larga escala para evitar que a Venezuela vença a vaga de dois anos no organismo de 15 membros". A polêmica ocupou três páginas inteiras e análises esparsas no chileno La Tercera, depois que a presidente do país, Michele Bachelet, anunciou que se absterá na votação.
Analisando a decisão, o correspondente do diário em Washington, Álvaro Vargas Llosa, escreveu: "Intui-se que, no fundo, a mandatária quereria votar em Hugo Chávez, mas como presidente de um país sério, estava moralmente impedida".