Dirigentes de antigo grupo rebelde são presos na República do Congo

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Publicado Segunda, 16 de Junho de 2003 às 16:10, por: CdB

O Governo da República Democrática do Congo (RDC) informou nesta segunda-feira, que as forças de segurança prenderam sete dirigentes do antigo movimento rebelde Agrupamento Congolês para a Democracia (ACD) por "ações subversivas" em várias cidades do país. Segundo o ministro congolês do Interior, Theophile Mbemba, o grupo de líderes que o ACD enviou para a região controlada pelo Governo, no âmbito do acordo de paz, pretendia promover "atividades subversivas" na região oeste do país. O ACD, que tem sua base principal na cidade oriental de Goma, disse no sábado passado que as autoridades de Kinshasa haviam detido 20 de seus membros nas províncias da região central e ocidental da RDC. As detenções dos guerrilheiros, efetuadas por agentes da Agência Nacional de Investigação (ANR), aconteceram num momento em que aumentam as tensões entre as duas partes dentro da "Comissão de Acompanhamento" do acordo de paz de 1999, que só foi ratificado no último mês de março em Pretória (África do Sul). Na semana passada, o ACD anunciou que estava se retirando da Comissão, o que foi interpretado por Kinshasa como "uma retirada do processo de paz". No entanto, após alguns dias, depois de ser dissuadido por seu mentor, Ruanda, o grupo anulou sua decisão. Paralelamente, o ACD lançou uma ofensiva contra posições que estavam sob controle de uma facção dividida, a ACD-Movimento de Libertação, no norte da província de Kivu, o que provocou uma dura reação do Governo, que apóia esta última, e da Missão de Observação da ONU na RDC (Monuc). O ACD admitiu na semana passada que seus soldados tinham ocupado posições anteriormente controladas pela ACD-ML na região de Lubero, 80 quilômetros a oeste do lago Eduardo, fronteira natural entre RDC e Uganda. A pedido das Nações Unidas, representantes do Governo congolês, seus aliados do ACD-ML e o ACD se reuniram no final de semana em Bujumbura, capital do Burundi, para dar fim aos combates entre os dois grupos milicianos. As delegações se reuniriam separadamente com o enviado especial da ONU, Amos Ngongi, para discutir um plano de trabalho que permitisse a dispersão dos combatentes sobre o terreno e para assinar no sábado um compromisso para o restabelecimento da paz na região. O documento estabelecia o término imediato das hostilidades e uma retirada em ordem das tropas dos grupos às posições que ocupavam antes do início dos combates. Porém, no último momento, o ACD rejeitou o plano. Por sua vez, o Governo de Burundi disse que não tinha sido "informado oficialmente" de que as reuniões estavam sendo realizadas em Bujumbura, o que provocou o cancelamento das mesmas.

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