Denise Frossard vive inferno-astral no segundo turno

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Publicado Quinta, 19 de Outubro de 2006 às 09:08, por: CdB

A primeira vez a gente nunca esquece, diz a máxima popular. O problema é que nem sempre as lembranças que ficam são muito boas. Para a candidata do PPS ao Governo do Rio de Janeiro, Denise Frossard, a dura disputa do segundo turno contra Sérgio Cabral Filho (PMDB) provavelmente trará no futuro amargas lembranças e algumas lições. Relativamente novata na política e concorrendo pela primeira vez a um cargo majoritário, a deputada federal se encontra cada vez mais isolada numa campanha em que seus recorrentes deslizes e gafes só contribuem para deixá-la mais longe da vitória. Sem conseguir angariar apoios e perdendo até os aliados que tinha no primeiro turno, Frossard patina nas pesquisas enquanto vê o adversário crescer.

A pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na noite de terça-feira mostra Cabral Filho com 63% dos votos válidos, contra 37% da ex-juíza. Na pesquisa anterior, divulgada pelo Ibope em 12 de outubro, o peemedebista aparece com 64% dos votos válidos contra 36% de sua adversária. No primeiro turno da eleição, Cabral Filho obteve 41,42% dos votos válidos (3.422.528 votos) e Frossard 23,78% (1.965.003 votos), enquanto os demais candidatos somados ficaram com 34,8%. A liderança conquistada desde o início da campanha e o maior crescimento registrado por Cabral Filho no segundo turno apontam para uma barbada eleitoral que não se via nas eleições para o governo fluminense desde a vitória de Leonel Brizola (PDT) em 1990.

O inferno astral na campanha de Denise Frossard parece não ter fim. Na segunda-feira, o procurador eleitoral Rogério Nascimento encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma denúncia de crime eleitoral contra a candidata do PPS. Ela foi acusada pela 3ª Zona Eleitoral (Flamengo) de fazer boca-de-urna no primeiro turno. No momento em que foi votar, num colégio do tradicional bairro da Zona Sul do Rio, Frossard teria distribuído material de campanha e feito um discurso para os eleitores que se encaminhavam para as urnas, ignorando as advertências dos fiscais eleitorais presentes. Por intermédio de sua assessoria, a candidata afirmou não querer comentar a denúncia antes de ser notificada oficialmente.

Esse revés vem se somar a outros, alguns provocados pela própria Frossard. No primeiro dia oficial de campanha no segundo turno, 10 de outubro, a Justiça Eleitoral liberou o corpo-a-copro dos candidatos nas ruas a partir das 18 horas. Em entrevista a uma rádio, no entanto, a candidata afirmou que só recomeçaria a pedir votos na manhã seguinte: "Após as 18 não é uma hora muito saudável para corpo-a-corpo porque a violência está nas ruas. Há uma pesquisa que diz que, em alguns lugares do Rio, nesse horário as pessoas nem voltam para casa diante do medo", disse. Suas palavras repercutiram muito mal entre os eleitores dos bairros mais atingidos pela violência, sobretudo porque a deputada já havia dito, no começo da campanha do primeiro turno, que "não pretendia entrar em favelas".

Dias antes, Frossard cometera o erro de anunciar publicamente que não compareceria ao debate marcado pela Rede Bandeirantes para 9 de outubro (e que acabou sendo realizado no dia 15). Como a campanha não havia sido reiniciada oficialmente até aquela data, o debate não poderia mesmo ser realizado, mas Frossard se precipitou e acabou arcando sozinha com o ônus, bem explorado pelo adversário, de "fugir do debate". Quando o debate finalmente aconteceu, o desempenho da candidata não foi dos melhores. Entre as gafes cometidas, ela não soube dizer quantos batalhões da Polícia Militar existem no Estado, afirmou não saber o que era GNV (Gás Natural Veicular, que abastece 500 mil automóveis no Rio) e disse que um importante órgão educacional do Estado, a Faetec (escola técnica, subordinada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, que tem 400 mil alunos) pertencia ao governo federal.

Crise com Alckmin

O maior deslize político cometido por Denise Frossard, no entanto, foi provocado pela pr

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