Delcídio acredita que mensalão é ponto fraco em relatório

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Publicado Quinta, 30 de Março de 2006 às 10:08, por: CdB

Presidente da CPMI dos Correios, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) diz que a maior discussão sobre o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios vai se concentrar em torno de dois pontos: indiciamentos e mensalão. O relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pediu o indiciamento de mais de 100 pessoas, entre elas os ex-ministros Luiz Gushiken e José Dirceu, mas também o empresário Marcos Valério de Souza, Delúbio Soares e o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

- Vamos ter que discutir algumas questões, sem dúvida nenhuma - considerou Delcídio, sobre as discussões que devem ocorrer até a votação do relatório, marcada para terça-feira. Segundo ele, deverão ser apresentados votos em separado de parlamentares tanto do governo como da oposição.

Sobre o mensalão, Delcídio Amaral acredita que os governistas vão tentar desconectar a ligação dos saques com votações em plenário.

- A leitura de alguns parlamentares do governo é mais ampla, sem caracterizar a compra de consciência - disse.

No relatório, Serraglio reafirma a existência de um esquema de compra de votos no Congresso em troca de apoio ao governo. Acrescenta que o dinheiro foi utilizado também para "seduzir" o político a trocar de partido. O relator discordou da tese que mensalão é o mesmo que caixa 2.

"O esquema comprovado pela CPMI é, nitidamente, um esquema de cooptação de apoio político ilícito", diz o relatório. Serraglio disse que faltam provas de que o dinheiro repassado pelo empresário Marcos Valério de Souza fazia parte de um esquema ilegal para financiar campanhas eleitorais - tese apresentada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, em sua defesa.

O relator informou que é "humilde" para aceitar mudanças, mas ainda não viu sugestão que o convença a mudar o texto.

- Estou aberto para reexaminar, mas precisa mostrar que estou errado - ressaltou.

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