Cúpula dos Povos pede respeito à vontade do povo paraguaio expressa nas urnas

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Publicado Domingo, 24 de Junho de 2012 às 07:07, por: CdB
Cúpula dos Povos pede respeito à vontade do povo paraguaio expressa nas urnas

Por: Maurício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual

Publicado em 24/06/2012, 12:55

Última atualização às 12:55

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Rio de Janeiro – O último ato político da Cúpula dos Povos, evento organizado pela sociedade civil em paralelo à Rio+20, foi a divulgação ontem (23) de uma nota em repúdio ao processo de impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, concluído em tempo recorde pelo parlamento paraguaio. Intitulado “Pela Vigência da Democracia no Paraguai”, o documento é assinado por dezenas de organizações, redes e movimentos sociais que participaram da Cúpula dos Povos, evento que contou com a participação de centenas de ativistas paraguaios.

Na nota, a Cúpula dos Povos torna pública “sua profunda preocupação pela situação política que está se produzindo no Paraguai”, manifesta “compromisso irrenunciável com a vigência da democracia nesse pais irmão” e rechaça “qualquer tentativa de golpe de Estado ou desestabilização do governo eleito democraticamente do presidente Fernando Lugo, que iniciou a partir do ano de 2008 um novo ciclo na vida pública do país”.

Segundo o movimento socioambientalista, “a direita, unida ao poder econômico dominante, vem realizando ações que buscam interromper esse processo democrático e aproveitar, em cada ocasião por eles mesmos produzida, destituir ou desestabilizar o governo democraticamente eleito pelo povo paraguaio”. A preservação dos direitos humanos no Paraguai e da integridade física de Lugo também é exigida pelos integrantes da Cúpula dos Povos, que pedem “respeito à vontade popular expressada nas urnas”.

Dirigente da Rede Jubileu Sul e integrante do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos, a brasileira Sandra Quintela resumiu a opinião dos socioambientalistas e ressaltou a preocupação com as constantes ameaças a governos eleitos democraticamente: “Defendemos a democracia e o estado de direito no Paraguai e repudiamos veementemente o golpe. Nos últimos dez anos, acompanhamos pelo menos cinco tentativas de golpe na América Latina: na Venezuela em 2002, no Haiti em 2004, em Honduras em 2009, no Equador em 2011 e agora mais essa. O que está acontecendo no Paraguai é um golpe institucional muito parecido com o que ocorreu em Honduras”, disse. 

A Cúpula dos Povos também se colocou ao lado dos governos latino-americanos que não reconhecem o novo governo paraguaio liderado por Federico Franco, que era vice de Fernando Lugo: “Instamos nossos governos a tomar todas as medidas necessárias ao seu alcance nos órgãos regionais e internacionais correspondentes para garantir a continuidade democrática no Paraguai e não reconhecer a qualquer governo que não surja da vontade do povo paraguaio”, diz a nota divulgada ao fim do evento. 

O documento também faz “um chamado à mobilização popular e à solidariedade ativa com a luta e resistência do povo paraguaio em defesa do seu sistema democrático”. Para Marcelo Durão, dirigente da Via Campesina e também integrante do Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos, a luta em defesa do mandato de Lugo deverá ser o ponto de partida da agenda de lutas global decidida no evento: “Os ativistas estão voltando aos seus respectivos países com o objetivo de organizar nos próximos dias diversas manifestações em defesa da democracia no Paraguai e em todo o mundo”.

 

 

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