Crânios descobertos na Etiópia podem ser os mais antigos fósseis humanos

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Publicado Quarta, 11 de Junho de 2003 às 15:09, por: CdB

Cientistas dizem ter descoberto três crânios fossilizados na Etiópia que seriam os mais antigos fósseis de seres humanos. Os crânios de dois adultos e uma criança, de cerca de 160 mil anos, foram encontrados perto de uma aldeia chamada Herto, no leste do país. A descoberta dos crânios confirma estudos genéticos que diziam que o Homo sapiens surgiu justamente nesse período e nessa região da África. - Toda a genética indicava uma origem recente para humanos na África. Agora nós temos os fósseis - afirmou o professor Tim White, da Universidade da California em Berkeley, um dos comandantes da equipe que fez a descoberta. Maiores Os crânios são um pouco maiores, um pouco mais longos e têm sobrancelhas mais pronunciadas do que o homem moderno e por isso ganhou o apelido de Homo sapiens idaltu (idaltu siginfica "mais idoso" na língua da região). - Esses exemplares são essenciais porque fecham o buraco que havia entre as formas mais arcaicas na África e os humanos modernos que existiam 100 mil anos atrás - disse o professor White. A pesquisa foi publicada na revista Nature. Os crânios descobertos confirmam a teoria de que o homem moderno saiu da África, migrou para todas as outras partes do mundo e substituiu hominídeos que lá viviam, como o homem de Neanderthal, na Europa. Os crânios foram encontrados em fragmentos, em um local identificado pela primeira vez em 1997 num vale seco e empoeirado do leste da Etiópia. Primeiro, foram descobertas ferramentas feitas de pedra e fósseis de um hipopótamo. Depois, foram encontrados fósseis de búfalos, o que indicaria que os primeiros humanos comiam uma dieta rica em carne. O crânio mais completo foi descoberto em meio ao sedimento do local. Ele foi exposto por fortes chuvas e revirado por vacas que pastavam por ali. O crânio da criança, de 6 ou 7 anos, foi encontrado em mais de 200 pedaços e teve que ser completamente reconstruído. Todos os crânios tinham marcas indicando que carne teria sido retirada deles em algum tipo de ritual após a morte. Esse tipo de comportamento foi encontrado em sociedades mais modernas, como na Nova Guiné, por exemplo. Os crânios de Herto podem indicar também o mais antigo marco do pensamento – comportamento sofisticado que nos separa dos animais.

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