A comissão responsável por investigar o vazamento de petróleo no Golfo do México, nos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira que o desastre foi causado por decisões arriscadas, cujo objetivo era reduzir gastos.
Formado por autoridades norte-americanas, o grupo alertou que acidentes similares podem acontecer novamente, caso não sejam feitas reformas significativas na legislação e nos procedimentos.
Em seu relatório final, a comissão culpou a má administração da BP e de outras empresas responsáveis pela plataforma Deepwater Horizon.
Por meio de um comunicado, a petroleira informou que estava trabalhando com os órgãos reguladores para garantir que as lições aprendidas com o vazamento levem a melhorias na exploração de petróleo.
Com a explosão na plataforma Deepwater Horizon, ocorrida em abril, 11 funcionários morreram e milhões de barris de petróleo vazaram no mar durante meses, causando a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos.
Críticas ao governo
Além da BP, o relatório também culpa a Transocean e a Halliburton, responsáveis pela vedação do poço onde houve a explosão.
A comissão também criticou o governo por não supervisionar adequadamente as operações na plataforma, além de não criar uma legislação satisfatória para regular esse tipo de atividade.
– Propositais ou não, muitas das decisões da BP, Halliburton e Transocean que elevaram o risco de o poço explodir claramente foram tomadas para economizar dinheiro e tempo –, afirma o relatório.
– A BP não tinha o controle adequado do lugar para garantir que decisões-chave, tomadas nos meses anteriores ao acidente, eram seguras da perspectiva da engenharia.
O ex-governador da Flórida e um dos responsáveis pela comissão, Bob Graham, disse que as investigações mostraram que a explosão era evitável.
– Esse desastre não teria ocorrido se as empresas envolvidas tivessem comprometidas, em primeiro lugar, com a segurança.