Construtoras reclamam de corte no crédito imobiliário

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Publicado Sexta, 07 de Janeiro de 2005 às 09:29, por: CdB

A nota divulgada pelo Banco Central, nesta quinta-feira, na qual a instituição informa a possibilidade de reduzir a destinação de recursos das cadernetas de poupança para o financiamento imobiliário, estimados em R$ 12 bilhões neste ano, surpreendeu o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Em comunicado, o presidente da entidade, João Claudio Robusti, classifica a iniciativa do BC de "um contra-senso inexplicável, num País que tem o sonho de exercer o direito à moradia e necessita de financiamentos de longo prazo para realizá-lo".

Segundo Robusti, construtores e instituições de crédito imobiliário vinham estudando, em conjunto, uma série de medidas que poderiam assegurar a contratação dos recursos, como a redução de 12% para 10% dos juros cobrados nos contratos de financiamento habitacional para imóveis com valor de venda de até R$ 70 mil ou a ampliação do prazo de pagamento dos empréstimos, dos atuais 15 anos para 20 anos. "Várias propostas vinham sendo ventiladas, todas elas do conhecimento do BC. Agora o banco informa que estuda a possibilidade de diminuir o crédito imobiliário", critica Robusti.

Para o presidente do SindusCon-SP, a alegação do BC de que não há famílias com renda e condições cadastrais satisfatórias para absorver o volume de recursos que estará disponível na caderneta de poupança para o financiamento habitacional em 2005 é incorreta. "O que se faz necessário é adequar a necessidade de crédito à capacidade de pagamento dos futuros mutuários. Por isso, uma das propostas da construção civil e das instituições financeiras é a redução dos juros e o alongamento dos prazos de amortização", defende.

Caso as propostas formuladas pela indústria da construção, e já debatidas com o governo federal, sejam aceitas, acrescenta Robusti, "os R$ 12 bilhões que o BC estuda diminuir não apenas serão aplicados integralmente, como acabarão se mostrando insuficientes, tamanha é a demanda pelo direito à moradia".

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