O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Ernesto de Salvo, disse nesta sexta-feira, em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que a reforma tributária aprovada na Câmara vai aumentar a carga tributária do setor. Ele afirmou que a despesa com os insumos do setor agropecuário aumentará em 23%, o que provocará aumento da cesta básica. Salvo disse que o preço do leite subirá 12%; o do feijão, 7%; o do arroz, 105%; da batata, 16% e o da carne, 7%.
Ele ressaltou também que, com o fim da cumulatividade, a alíquota da Cofins será elevada de 3% para 7,6% e que isso acarretará aumento dos preços dos produtos agropecuários ao consumidor. Ele destacou o aumento do ICMS sobre os insumos e pediu a isenção da cobrança deste imposto sobre os insumos biológicos e agropecuários e isonomia no tratamento das pessoas físicas que exercem atividade econômica e para as micro e pequenas empresas.
A exposição de Salvo surpreendeu os senadores. O relator da proposta, Romero Jucá (PMDB-RR), classificou os números apresentados por ele como fato "grave". "Temos que procurar uma saída, pois não temos condições de onerar a cesta básica", disse. O líder do PFL, João Agripino (RN), disse que o presidente da CNA "marcou um gol" ao tratar dos reflexos da reforma tributária sobre os preços dos produtos agropecuários.