Concorde volta a cruzar o Atlântico após 14 meses do acidente

Quase 14 meses após o acidente com um Concorde, que causou a morte de 113 pessoas nos arredores de Paris, autoridades da aviação civil da França e da Grã-Bretanha aprovaram, nesta quarta-feira, a retomada dos vôos comerciais do jato supersônico. A data para o reinício dos vôos transatlânticos com passageiros ainda não está marcada, pois dependerá de as duas companhias que operam os jatos - Air France e British Airways - concluírem, em todos os aviões, as modificações acertadas com as autoridades. A previsão da British Airways, porém, é de que o Concorde volte a voar comercialmente no mês que vem. A Air France pretende fazer o mesmo em novembro. Em Londres, a Autoridade de Aviação Civil (CAA) informou ter entregado à British Airways as diretrizes obrigatórias para o certificado de garantia aérea, com as modificações que devem estar concluídas antes de a companhia reiniciar os vôos do Concorde. A companhia tem sete jatos supersônicos. A mesma medida foi adotada pelo equivalente francês da CAA, a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC) em relação à Air France, que tem uma frota de seis Concordes. As duas companhias suspenderam os vôos comerciais depois do acidente ocorrido em 25 de julho de 2000, quando um jato da Air France explodiu dois minutos após decolar do aeroporto Charles de Gaulle, com destino a Nova York. As investigações apontaram que a origem da tragédia foi um pedaço de metal deixado na pista por um avião que levantara vôo anteriormente. O destroço rasgou um dos pneus do Concorde, arremessando pedaços de borracha em direção ao tanque de combustível, que se incendiou e explodiu. Entre as modificações já realizadas pelos fabricantes estão a inclusão de pneus mais resistentes a furos e o revestimento do tanque com material à prova de bala. Tanto a Air France como a British Airways já realizaram, com sucesso, testes de vôo com os modelos modificados.