Companhia aérea usa Saddam como garoto-propaganda

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Publicado Quarta, 11 de Junho de 2003 às 09:53, por: CdB

A agência reguladora da publicidade no Reino Unido (ASA) determinou que os anúncios da companhia aérea Ryanair que usam a imagem de Saddam Hussein para promover vôos que permitam "fugas rápidas", não são ofensivos. A ASA rejeitou as queixas levantadas contra três anúncios publicados na imprensa britânica, segundo as quais a companhia aérea irlandesa banalizava a guerra com tal campanha publicitária. O primeiro anúncio mostra uma fotografia do ex-presidente iraquiano, sob a qual aparece um slogan que diz: "Precisa de um descanso? As tarifas baratas da Ryanair... para fugas rápidas". No segundo, a empresa utilizou a imagem da queda da estátua do ditador iraquiano em Bagdá, sob a qual aparece o seguinte slogan: "Os preços caem mais rápido que Saddam". E, finalmente, no terceiro se apela ao maior competidor da companhia no mercado, a companhia aérea EasyJet. A propaganda mostra uma fotografia de Mohamed Said Al-Sahaf, o ex-ministro da Informação iraquiana, conhecido por suas "bravatas" durante a guerra, encabeçada por um slogan que afirma: "O novo chefe da informação da EasyJet". No mesmo anúncio e da boca de Al-Sahaf saem as frases: "Ganhamos a guerra, derrotamos os norte-americanos e a Easyjet tem os preços mais baixos". A maioria das queixas desatadas por esta campanha faz referência ao "mal gosto" da companhia por utilizar as imagens do regime iraquiano e de Al-Sahaf, ainda em paradeiro desconhecido, para denegrir a concorrência. Além disso, algum dos anúncios apareceram na imprensa britânica perto de artigos sobre a guerra, o que, segundo esses protestos, reduz a importância do conflito. Um porta-voz da Ryanair declarou que a companhia acha que a guerra é um assunto sério e que não pretende ofender ninguém, mas que, com esta campanha, quis combater a crise desatada na aviação devido à disputa bélica. A ASA considera a campanha não ofensiva porque em nenhum dos três anúncios aparecem imagens violentas que tratem com frivolidade às vítimas da guerra.

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