O comércio global deve crescer na ordem de 7% em 2006, acima do avanço de 6% realizado em 2005, constata a Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta terça-feira, alertando que as perspectivas são incertas. Em sua revisão anual das tendências do comércio, a OMC afirmou que a previsão foi baseada na expectativa de um crescimento econômico global de 3,5% este ano, ante 3,3% em 2005.
"A expectativa é de que o comércio mundial se beneficie desse crescimento econômico ligeiramente maior, em particular na União Européia", acrescentou em nota.
A OMC, no entanto, citou uma série de riscos, incluindo a possibilidade de a expansão da economia dos Estados Unidos desacelerar devido a maiores taxas de juros e aos custos de energia. A entidade também citou a possibilidade de a recuperação da UE não ganhar força. A melhora das finanças corporativas e os ganhos no mercado de ações parecem indicar uma recuperação nos investimentos na Europa, mas o consumo privado continua frágil, ponderou a OMC.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou no relatório que o sistema global de comércio está em transição e que a melhor maneira de lidar com isso seria concluir a rodada de Doha até o fim do ano.
- Neste clima de incerteza, os governos membros (da OMC) precisam fortalecer o sistema global de comércio tornando-o mais equitativo e relevante - disse.
Ano passado, combustíveis e outros produtos de mineração contribuíram com 16% do comércio global, o maior percentual desde 1985. A participação da agricultura caiu para um recorde de baixa, de menos de 9%. A Alemanha manteve-se como o maior exportador mundial, seguida por Estados Unidos, China, Japão e França. As exportações da China cresceram 28% em dólar, abaixo da expansão de 35% em 2004.
O economista sênior da OMC, Michael Finger, disse a jornalistas que se o crescimento dos últimos cinco anos for mantido, a China poderia se tornar o maior exportador mundial antes de 2010.