Todo apoio à campanha iniciada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para acabar com o imposto sindical (o desconto obrigatório em folha), solicitando, inclusive, à presidenta Dilma Rousseff que envie ao Congresso projeto de lei nesse sentido.
A CUT tem toda razão quando, através de seu presidente nacional, Artur Henrique, justifica que está apenas exigindo o cumprimento de acordo firmado em documento com as outras centrais sindicais em 2008 - agora elas estão contra a extinção do imposto.
Pelo acordo, firmado pelas cinco centrais nacionais, estabeleceu-se "o compromisso de apoiar o envio, pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, de anteprojeto de lei que institui a contribuição negocial e revoga todos os dispositivos da CLT (...) que prevêem a contribuição sindical".
No lugar da contribuição compulsória, a voluntária
No lugar da contribuição sindical compulsória, a CUT propõe que seja instituída uma contribuição negocial pela qual o desconto na folha de pagamento dos trabalhadores dependeria da aprovação da medida em assembléias de cada sindicato, separadamente.
"O que nós estamos pedindo é: cumpra-se o acordo", acentuou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique. "Do mesmo jeito que a Dilma cobrou que nós temos de cumprir o acordo do salário mínimo, eu agora estou cobrando que a Dilma cumpra o acordo feito no governo Lula com as centrais sindicais no sentido de enviar o projeto de lei."
O presidente da CUT deu as explicações após audiência com o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, a quem deu uma cópia do documento-compromisso e pediu gestões para que o projeto seja enviado ao Congresso.
Medida acaba, inclusive, com o peleguismo
Artur Henrique A CUT é a maior central do país, com mais de 3.400 entidades associadas e representa uma base de 22 milhões de trabalhadores. O que ela reivindica agora, com esta campanha, é o mínimo para dar representatividade, legimidade e força a cada sindicato e central, principalmente mais autonomia e independência.
Acabar com o imposto sindical obrigatório é uma medida salutar, inclusive, porque põe um fim nos sindicatos de papel e estimula a renovação das direções dos sindicatos e das centrais, contribuindo para a extinção da praga do chamado 'peleguismo" que por tantos anos marca a direção de muitas dessas entidades.
Foto: Antonio Cruz/ ABr