Coletivo pelo Direito à Moradia denuncia incêndios em acampamentos e pede iniciativa das autoridades

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Publicado Terça, 27 de Março de 2012 às 11:30, por: CdB

Não bastasse o sofrimento enfrentado pela população haitiana em 12 dejaneiro de 2010, quando terremotos estremeceram e destruíram parte do Haiti, osmilhares de desabrigados e desabrigadas estão tendo que enfrentar os incêndioscriminosos nos acampamentos coletivos da capital, Porto Príncipe. Desdefevereiro, estes incêndios estão amedrontando e vitimando fatalmente adultos ecrianças.

O Coletivo pela Defesa do Direito à Moradia no Haiti, formado por seteorganizações locais, está tomando a frente desta luta e reivindicando que oGoverno Nacional e o local, de Porto Príncipe, se manifestem no sentido detomar providências imediatas para amparar as vítimas e investigar os crimes. OColetivo pede que as autoridades velem pela vida e pela segurança da populaçãodesabrigada e não fique de braços cruzados enquanto acontecem novos incêndios.

Em comunicado publicado pelo Grupo de Apoio a Repatriados e Refugiados(Garr), organização integrante do Coletivo pela Defesa do Direito à Moradia, defevereiro até 18 de março já foram registrados, pelos menos, cinco incêndiossuspeitos, que vitimaram fatalmente seis pessoas, entre crianças e adultos, edestruíram mais de 160 barracas, deixando dezenas de famílias novamentedesabrigadas.

Os integrantes do Coletivo criticam a indiferença e o silêncio dasautoridades, que até o momento não se manifestaram para dar assistência àsvítimas em perigo ou até mesmo para informar o que está acontecendo e o que vaiser feito para acabar com os episódios de incêndios criminosos. As suspeitassão de que os crimes estão sendo praticados para obrigar os desabrigados adesocuparem os imóveis onde os acampamentos estão montados.

"Nenhuma medida foi tomada pelo comissário do Governo, quefrequentemente gosta de recordar sua intenção de estabelecer a ordem, oComissionado apenas passou instruções para o juiz sobre uma descoberta quepoderia ajudar na busca das mãos criminosas que seriam a origem destesincêndios”, criticaram.

O Coletivo assinala a necessidade de brigadas da polícia para reforçar asegurança ao redor dos acampamentos e prevenir outros incêndios, mas aponta queaté o momento esta segurança não chegou. Também está pendente o serviço deretirada de novos documentos essenciais como certidão de nascimento e documentode identidade, que viraram cinzas após os incêndios. A obrigação é doMinistério da Justiça, mas este ainda não se manifestou.

"Como membro das Nações Unidas, Haiti tem a ver com as diretrizes queregem as pessoas deslocadas e vítimas de desastres para os quais deve sergarantido direito à vida e à segurança cidadã. As autoridades haitianas têm a responsabilidadede assumir, portanto, suas responsabilidades a respeito”, diz comunicado doGarr.

De imediato, o Coletivo pede que as autoridades de Porto Príncipecoloquem em andamento um plano para deter quaisquer atos criminosos contra osmoradores e moradoras dos acampamentos e pede ainda que tomem providências paragarantir a segurança das vítimas. Um primeiro passo para resolver os problemasseria conhecer a situação a que os desabrigados e desabrigadas estão expostos.

A população do país, grupos, instituições e organizações de dentro efora do Haiti também estão sendo chamadas a prestar solidariedade às famíliasdesabrigadas que desde o 12 de janeiro de 2010 não conseguem ver seu sofrimentoter um fim.

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