
Duas meninas paquistanesas feridas por tiros de um esquadrão de ataque do Taliban que tentava matar sua colega, Malala Yousufzai, voltaram para a escola nesta quinta-feira sob forte esquema de segurança. Um homem armado atacou Malala, que era defensora da educação para meninas, apesar das ameaças do Taliban, em 9 de outubro, quando ela estava saindo da escola no vale de Swat, no Paquistão. Ela foi ferida na cabeça e duas de suas amigas da escola também ficaram feridas.
O tiroteio provocou indignação generalizada. Malala, que está se recuperando em um hospital britânico, atraiu admiração internacional por sua campanha.
Na quinta-feira, a polícia acompanhou suas colegas adolescentes, Kainat Riaz e Shazia Ramazan, de volta para a escola.
– Estou muito animada para voltar aos meus estudos, mais uma vez na escola, mas com certeza vou sentir falta da Malala”, disse Kainat, que foi baleada no braço, à agência inglesa de notícias Reuters.
As duas meninas terão escoltas de segurança por tempo indeterminado, segundo a polícia. O ataque a Malala, 15 anos, ocorreu depois de anos de campanha que tinha colocado a menina contra um dos comandantes mais brutais do Taliban do Paquistão, conhecido como Maulana Fazlullah.
Fazlullah e seus homens tomaram o Vale de Swat e explodiram escolas para meninas e executaram publicamente aqueles que consideravam imoral ou que tentavam enfrentá-los. Em um determinado momento, o Exército lançou uma ofensiva para expulsar os militantes.
Embora Fazlullah e seus homens terem fugido para as montanhas, Swat continua sob tensão e parece inconcebível que Malala, que se tornou um símbolo da resistência aos esforços do Taliban para negar educação para as mulheres, poderá voltar para casa e para a escola.
Seu pai disse no final de outubro que ela iria “levantar-se de novo” e perseguir seus sonhos depois do tratamento médico. Dezenas de milhares de britânicos pediram ao governo para nomear Malala para o Prêmio Nobel da Paz por seu ativismo. O Paquistão tem 5 milhões de crianças fora da escola, um número superado apenas pela Nigéria, informou a ONU em um relatório publicado esta semana. Dois terços dessas crianças são meninas.