O vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), arcebispo dom Luiz Soares Vieira, defendeu que a reforma política seja pautada no fortalecimento dos instrumentos de democracia direta - referendos, plebiscitos - e no resgate da legitimidade dos representantes políticos.
O religioso disse que a democracia brasileira precisa ser “revitalizada” e considerou a realização de consultas populares um instrumento nessa direção. “É preciso ter coragem para revitalizar a democracia brasileira. É preciso uma reforma que dê alento e aperfeiçoe a democracia direta. Temos instrumentos constitucionais para isso”, afirmou, durante a primeira audiência pública da Comissão Especial da Reforma Política, nesta quinta-feira.
O arcebispo também defendeu o financiamento público exclusivo das campanhas políticas, o fim das coligações para eleições proporcionais e a aprovação das listas fechadas partidárias para evitar a entrada de “aventureiros” na política.
Participação popular
A autora do requerimento para a realização da audiência pública, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), acredita que o depoimento dos participantes reforçou a necessidade de buscar o fortalecimento da participação popular nos debates.
Segundo a deputada, “a sociedade começou a responder ao chamado da Frente Parlamentar Mista de Reforma Política com Participação Popular”. Ela se referiu ao colegiado coordenado na Câmara por ela, que foi lançado na quarta-feira.
Futuras audiências
Ainda nesta quinta-feira, a Comissão Especial da Reforma Política aprovou uma série de requerimentos para a realização de audiências públicas. Entre os diversos convidados estão o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski; o presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo; e os cientistas políticos Jairo Nicolau, Fabiano Santos e David Fleischer.
Edição - Newton Araújo