China, Irã e EUA são líderes da pena de morte, diz Anistia

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Publicado Terça, 06 de Abril de 2004 às 17:03, por: CdB

China, Irã, Estados Unidos e Vietnã são os países que mais recorreram à pena de morte em 2003, respondendo por 84 por cento das execuções conhecidas, segundo o relatório anual da Anistia Internacional, divulgado na terça-feira.

Mais da metade das execuções conhecidas aconteceu na China, onde a quantidade verdadeira pode ser mais de dez vezes maior, de acordo com a entidade.

Mas, durante o ano que passou, seis países aboliram ou suspenderam a pena capital. Agora, dos 195 países do mundo, 117 não a usam.

``Os dados deste ano mostram que a maioria dos países seguem o caminho abolicionista, enquanto outros escolhem permanecer no lado errado da divisão da justiça'', disse a porta-voz Judit Arenas Licea em entrevista coletiva.

O relatório menciona 1.146 execuções em 28 países em 2003. No ano anterior, haviam sido 1.526 em 31 países. Só a China matou pelo menos 726 prisioneiros. O Irã executou 108, os Estados Unidos, 65, e o Vietnã, 64, segundo o texto.

Mas a Anistia alertou que esses números, que se baseiam principalmente em fontes oficiais, na imprensa e em relatos particulares, podem ser só a ponta do iceberg, especialmente em países onde estatísticas são tratadas como segredo de Estado.

MICROÔNIBUS

O relatório cita um parlamentar chinês, não identificado, segundo quem seu país executa 10 mil pessoas por ano. A Anistia disse estar especialmente preocupada com a criação de ``unidades móveis'' para acelerarem as execuções na China.

Trata-se de microônibus que levam quatro funcionários de cidade em cidade, treinados para cumprir as sentenças de forma rápida, usando uma injeção letal. Xs vezes, a execução acontece menos de uma hora depois de encerrado o julgamento.

Nos Estados Unidos, segundo a entidade, cadeiras elétricas muito velhas continuam em uso, o que faz com que a morte seja lenta e muito dolorosa. Já no Irã, o código de execução penal ainda prevê a crucificação dos réus.

O relatório foi divulgado durante a sessão anual da Comissão de Direitos Humanos da ONU. No ano passado, a comissão pediu uma moratória na pena de morte no mundo, e neste ano a Anistia pressiona para que o voto se repita.

``É hora de todos os governos cumprirem suas obrigações internacionais'', disse a Anistia. ``A pena de morte é a punição mais cruel, desumana e degradante e uma flagrante negação do direito à vida.''

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