Chile: Com a base rachada, governo retoma debate sobre educação

Em meio à tensão e à violência dos protestos no Chile, parlamentares e o ministro da Educação do país, Felipe Bulnes, retomaram nesta segunda-feira (24) as discussões sobre as propostas de investimentos em ensino na Subcomissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. O debate foi interrompido no último dia 20, quando estudantes ocuparam o Parlamento e só se retiraram após oito horas.
A reunião ocorre no momento em que a base aliada do governo do presidente chileno, Sebastián Piñera, está em crise. O presidente do Senado, Guido Girardi, criticou a conduta de Bulnes ao dizer que ele não consegue dialogar com os estudantes do país. O ministro não gostou e pediu ao Parlamento que censure o parlamentar. O caso será apreciado pelos senadores.

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 As discussões sobre investimentos em ensino envolvem também professores de universidades e reitores. Estudantes não foram chamados. No entanto, os alunos mantêm as críticas ao governo e às propostas em curso.

Há cerca de sete meses há manifestações frequentes em várias cidades do Chile. Em geral, os protestos são comandados por estudantes que cobram do governo reformas na educação. No dia 19, os tumultos foram intensos e houve confrontos entre manifestantes e policiais. Nos últimos dias, manifestantes encapuzados também passaram a integrar os protestos.

De acordo com as autoridades, cerca de 1.700 pessoas foram presas em sete meses de manifestações. Nos últimos meses, o governo Piñera apresentou propostas de reforma da educação e se reuniu por duas vezes com os estudantes para buscar um acordo. As sugestões foram rejeitadas. A principal reivindicação é a gratuidade do ensino superior no país – atualmente as universidades chilenas são todas privadas.

Fonte: Agência Brasil