O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que seu governo vai processar os grevistas do setor petroleiro, que desafiaram a determinação de um tribunal de suspender a greve temporariamente.
Em seu programa semanal de rádio, Chávez disse que estava assinando a demissão dos grevistas da estatal que controla a produção e a distribuição de petróleo – PDVSA.
A greve praticamente paralisou as exportações de petróleo e já custou cerca de US$ 1 bilhão (R$ 3,5 bilhões) ao governo.
O objetivo da greve, que já dura três semanas, é forçar o presidente a renunciar.
PDVSA
“Estamos começando a recuperar a PDVSA,” disse Chávez. “Aqueles que não se apresentarem para trabalhar, serão demitidos”, acrescentou o presidente.
“E vamos também abrir investigações criminais para determinar o prejuízo causado ao país e ao povo venezuelano”, ameaçou Chávez.
Combustíveis e produtos de primeira necessidade estão em falta em várias partes do país e a o preço do barril do petróleo subiu no mercado internacional.
Os grevistas acusam o presidente de autoritarismo e de administrar mal a economia do país e prometem continuar o protesto até que Chávez renuncie ou antecipe as eleições.
O pronunciamento deste domingo foi o primeiro em que o presidente ameaçou demitir os grevistas, desde a última greve geral, em abril.
Desafio
As demissões só fizeram aumentar a determinação dos grevistas e precederam o golpe militar contra o presidente.
No sábado, o governo venezuelano tomou o petroleiro Pilin Leon, ancorado no lago Maracaibo, para usar o seu carregamento de petróleo.
O navio tinha se transformado em um símbolo para a oposição. O capitão aderiu à greve e recusava-se a ancorar o petroleiro.
Juan Fernandez, um dos quatro diretores da PDVSA que aderiram à greve e que já havia sido demitido pelo presidente, disse: “Isso não é uma greve de um grupo pequeno. São 36 mil trabalhadores da indústria petrolífera”.
Apenas cinco petroleiros deixaram o país desde o início da greve. Em um período normal, o número seria de 170.