Chávez: 'Não sou anti-Alca nem anti-americano'

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Publicado Domingo, 15 de Junho de 2003 às 13:24, por: CdB

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, negou neste domingo, que seja anti-Alca ou anti-americano por insistir em suas críticas à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Chávez pediu ao "povo americano" que "não se deixe enganar" por essa teoria sobre sua suposta aversão aos Estados Unidos apenas porque mantém reservas sobre a conveniência para a América do Sul desse acordo de livre comércio, proposto por Washington e previsto para entrar em vigor a partir de 2005. - Não somos anti-Alca, não podemos ser. O que somos é pró-América do Sul - reiterou Chávez em seu programa dominical Alô, Presidente, desta vez transmitido desde Manaus, onde concluiu ontem uma reunião com empresários venezuelanos e brasileiros. Insistiu que "seria suicídio" para a América do Sul negociar a Alca "nas atuais condições de insegurança em função do grau de desarticulação e de debilidade" que apresenta a região. - Assim, não poderemos competir (comercialmente) com os grandes do continente. Nos demolirão. Isso é o que alguns países da América do Sul não querem entender - alertou o presidente venezuelano. Chávez pediu unidade aos países sul-americanos para fortalecer a região e assim poder negociar (acordos comerciais) em melhores condições com todos: América do Norte, Europa, Ásia. Chávez condicionou sua participação como observador da reunião de presidentes do Mercosul, na próxima quarta-feira no Paraguai, a essa "idéia bolivariana" de união latino-americana. Além disso, o presidente venezuelano também tem interesse em que seu país seja aceito como associado ao Mercosul, pedido solicitado formalmente em maio de 2001. Até agora, Chile e Bolívia são os únicos associados ao Mercosul, através de acordos de livre comércio. A Venezuela integra junto com Bolívia, Colômbia, Equador e Peru a Comunidade Andina de Nações (CAN), outro bloco comercial sul-americano. Desde finais da década de 1990 a CAN e o Mercosul negociam integrar-se ao bloco, mas até agora não foi concretizado. Em junho de 2001, Chávez participou como observador de uma reunião do Mercosul realizada em Assunção, convidado pelo então governante do Brasil, Fernando Henrique Cardoso.

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