Cedae contesta laudo sobre lama e pedirá indenização na justiça

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Publicado Domingo, 14 de Janeiro de 2007 às 16:59, por: CdB

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro entra nesta segunda-feira na Justiça com ação indenizatória de perdas e danos contra o grupo controlador da Mineradora Rio Pomba Cataguases. O rompimento de uma barreira mantida pelo grupo em Miraí, na última semana, provocou um vazamento de lama com bauxita que afetou municípios de Minas Gerais e do estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Cedae, Wagner Victer, explicou neste domingo que a ação visa, na  verdade, "garantir o direito" de reivindicar indenização pelas perdas  sofridas no Estado do Rio, que continuam sendo contabilizadas. Apesar disso, ele estima que as perdas provocadas pelo acidente para os municípios fluminenses são superiores a R$ 1 milhão.

Victer solicitou ao Ministério Público que entre também com ação criminal, responsabilizando os controladores da mineradora pelo vazamento. O presidente da Cedae contestou laudo divulgado na sexta-feira pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), afirmando que não há contaminação das águas pela lama com bauxita nos municípios fluminenses afetados.

- Claro que está contaminando! Tanto, que as águas estão paradas em Lajes de Muriaé - afirma ele.

O laudo do Igam teria avaliado que não existiria componente químico tóxico na lama de bauxita que vazou nos rios Fubá e Muriaé na madrugada da quarta-feira. Victer confirmou que não se trata de um produto cancerígeno, mas acrescentou que ele torna a água imprópria para o consumo humano e compromete a agricultura e a pesca.

- É um acidente de graves proporções - diz ele.

O presidente da Cedae diz que, por  enquanto, só o município de Lajes de Muriaé foi atingido de forma ampla pelo problema. A Cedae mantém na região 50 carros-pipa e um contingente de 150  homens mobilizados. Outro município, Itaperuna, está sendo monitorado a cada 30 minutos pelos técnicos da Cedae. "Mas até o momento o sistema de abastecimento de água de Itaperuna está ligado", afirma.

Wagner Victer revela, ainda, que em outra cidade próxima de Itaperuna, São José de Ubá, a Cedae colocou uma bomba  captando água de outro manancial, que não o rio Muriaé, para prevenir qualquer problema de atendimento à população.

Victer  diz que nesta segunda-feira, "ou a qualquer momento", dependendo do andamento dos fatos, ele poderá interromper o suprimento de água de Itaperuna.

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