Candidatos divergem no campo da política externa

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Publicado Sexta, 27 de Outubro de 2006 às 09:17, por: CdB

Nos textos de seus programas de governo, são muito semelhantes as propostas para política externa de Geraldo Alckmin (PSDB/PFL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PRB/PCdoB). Mas em seus discursos, os dois candidatos têm realçado as diferenças nessa área. Lula defende que se mantenha a relação com os países mais pobres do Sul do planeta. Já Alckmin quer a aproximação com "centros mais dinâmicos da economia". Uma das prioridades de Lula é a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir uma vaga brasileira no Conselho de Segurança. Já Alckmin quer que o país faça parte do G-8, grupo de oito países mais ricos do mundo.

A principal crítica de Alckmin é de que a política externa de Lula seria simplesmente ideológica, por afinidade política com alguns governos. Essa política, segundo Alckmin, não teria trazido resultados práticos para o comércio do Brasil com outros países.

- Vou despolitizar a política externa - prometeu Alckmin durante o debate da TV Record, segundo sua assessoria de imprensa.

Já o material de campanha de Lula critica a "dependência dos Estados Unidos" nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, colega de partido de Alckmin. E promete privilegiar o "processo de integração sul-americana e as relações Sul-Sul" - referindo-se a outros países do Sul do planeta. E quer manter com os países desenvolvidos um "relacionamento positivo e soberano".

Em seu programa, Alckmin também promete empenho nas relações com países latino-americanos e africanos. Mas afirma que é preciso trabalhar "com base em interesses recíprocos".

E também defende "intensificar as relações com os centros mais dinâmicos da economia global". Nesse sentido, pede a retomada das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ao acordo Mercosul-União Européia, e das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em seu programa, Lula promete fortalecer medidas "contra a concorrência predatória de produtos estrangeiros". No caso do comércio com os países da América Latina, quer estimular o intercâmbio comercial em moedas nacionais, sem passar pelo dólar.

Lula promete também continuar a defender uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e buscar uma vaga permanente do país no Conselho de Segurança. Atualmente, o conselho é formado por cinco membros permanentes: China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. O Brasil defende uma ampliação do número de conselheiros permanentes, que incluiria o país como representante da América Latina.

Alckmin diz considerar "razoável" que o Brasil ocupe um assento permanente no Conselho de Segurança, mas defende, de forma mais imediata, que o país se aproxime da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) ou seja acolhido pelo G-8, grupo dos oito países mais ricos do mundo. Há uma proposta em discussão no G-8 para acolher países politicamente representativos como conselheiros.

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