Call center da Segurança Social de Castelo Branco despede 400 trabalhadores

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Publicado Quarta, 27 de Junho de 2012 às 16:05, por: CdB

No início do mês foi anunciado o despedimento de perto de duas centenas de trabalhadores temporários. Agora, a empresa concessionária do call center da Segurança Social anuncia que todos os 400 trabalhadores ficarão sem emprego já a partir desta sexta feira. Movimento Precários Inflexíveis acusa governo de promover “a precariedade e o desemprego”.Artigo |28 Junho, 2012 - 01:50

Os trabalhadores do call center da Segurança Social de Castelo Branco, que cumprem funções permanentes e indispensáveis para o funcionamento desta linha, foram avisados pela sua entidade empregadora, a empresa RHmais, Organização e Gestão de Recursos Humanos, SA, que sexta feira será o seu último dia de trabalho.

Esta situação decorre do facto de o contrato de concessão firmado entre o Instituto da Segurança Social e a RHmais terminar a 30 de junho, sábado. A nova empresa adjudicatária terá que assegurar “uma redução de custos de cerca de dois milhões de euros, durante a vigência do próximo contrato”, segundo comunicado do Instituto de Segurança Social, datado de 6 de junho.

Despedimento dos trabalhadores do call center da Segurança Social de Castelo Branco é um “desastre social”

De acordo com Cristina Hipólito, do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública, citada pela TSF, se, na próxima segunda feira, não existir “ninguém para atender os telefones vai ser um caos total nos serviços de segurança social, porque os utentes vão dirigir-se pessoalmente aos serviços”.

Para esta dirigente sindical, o despedimento dos 400 trabalhadores da linha de atendimento da Segurança Social de Castelo Branco constitui um "desastre social". "A empresa está no final de contrato e está a proceder como tal, mas a Segurança Social não pode lavar as mãos como Pilatos. Estes trabalhadores não são números, são pessoas e, de facto, num concelho como o de Castelo Branco é um desastre social que não pode ficar desta maneira", avançou Cristina Hipólito.

O Sindicato dos Trabalhadores da Função pública tem aconselhado os trabalhadores a “continuarem a comparecer no posto de trabalho enquanto não receberem uma comunicação escrita” e já convocou um plenário de trabalhadores para sábado, dia 30, às 15h, no salão da Junta de Freguesia de Castelo Branco. 

Precários Inflexíveis acusam governo de promover “a precariedade e o desemprego”

Desde 2008, o movimento Precários Inflexíveis tem alertado para a situação dos trabalhadores do call center da linha da Segurança Social de Castelo Branco, sublinhando que “o país não pode aceitar que seja a própria Segurança Social a precarizar os seus trabalhadores e trabalhadoras”.

Segundo o PI, estes trabalhadores e trabalhadoras deveriam “ser contratados, de forma permanente, pela Segurança Social e não por uma qualquer Empresa de Trabalho Temporário”. "Não há nada de temporário no atendimento a contribuintes – em Castelo Branco como em qualquer outro lugar”, sublinhou o movimento num dos seus comunicados.

O PI acusa o governo de promover a “precariedade e o desemprego” e frisa que, neste processo, “fica a irresponsabilidade dos Ministros Vieira da Silva e Helena André do PS e agora de Pedro Mota Soares (CDS)”.

“O call center serve para receber chamadas dos contribuintes, a Segurança Social não pode funcionar sem este serviço, as ferramentas de trabalho são da Seg. Social e o edifício foi construído pela Câmara com dinheiros públicos”, lembra ainda o movimento.

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