Bush quer que iraquianos tenham 'metas' contra a violência

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Publicado Segunda, 08 de Janeiro de 2007 às 10:30, por: CdB

A nova política para o Iraque do presidente norte-americano, George W. Bush, incluirá "metas" para o governo iraquiano diminuir a violência sectária e estabilizar o país, disse o jornal New York Times. Segundo o jornal, os objetivos incluem passos para atrair mais sunitas ao processo político e a finalização de uma medida sobre a distribuição da receita do petróleo. Autoridades dos EUA insistem que pretendem elaborar um cronograma realista para os iraquianos, mas não disseram quais seriam as penas se eles não cumprissem as metas, de acordo com o que o jornal publicou na edição deste domingo.

Nesta segunda-feira, a Casa Branca não quis comentar a notícia.

- O presidente está ansioso para falar ao país esta semana sobre os rumos no Iraque - disse o porta-voz Alex Conant.

O New York Times afirmou que Bush deve se referir às metas em um discurso que fará sobre a nova estratégia para o Iraque, incluindo os planos de mandar até 20 mil soldados a mais para o país.

'Sr. presidente, pare'

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, terá que justificar qualquer plano para aumentar o número de soldados americanos no Iraque, advertiu a nova presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, a democrata Nancy Pelosi, depois que seu partido assumiu o controle da casa legislativa. Segundo ela, Bush não receberá "um cheque em branco". O presidente Bush deverá anunciar uma nova estratégia nesta semana que pode incluir o envio de mais 20 mil soldados para Bagdá. Há notícias de que o presidente pretende colocar condições rigorosas para qualquer aumento de tropas, tais como metas específicas para progresso político e de segurança no Iraque.

Na semana passada, o Partido Democrata se tornou majoritário no Congresso americano pela primeira vez em 12 anos, o que pode lhe dar poder para contestar a autoridade da Casa Branca. Pelosi qualificou o conflito no Iraque como uma guerra sem fim rejeitada pelo povo americano. A nova presidente da Câmara dos Representantes disse na emissora de televisão CBS que, até agora, o Partido Republicano deu a Bush um cheque em branco, sem fiscalização, parâmetros ou condições.

- O Congresso está disposto a usar sua autoridade constitucional de fiscalização para questionar a justificativa destes gastos e os resultados que estamos obtendo. Os democratas se opõem à escalada da guerra - afirmou Pelosi, acrescentando que os democratas não vão, contudo, reduzir os gastos com soldados já no Iraque.

Um outro destacado democrata, Steny Hoyer, disse em outro programa de televisão dos Estados Unidos que a proposta esperada de Bush de um pacote de US$ 1 bilhão para estimular a economia no Iraque também será analisada cuidadosamente e fiscalizada. Alguns republicanos disseram que não deveria haver obstáculo no Congresso sobre financiamento.

O líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, disse que o Congresso "é incapaz de microgerenciar as táticas na guerra".

E o Senador democrata Joe Biden acrescentou:

- Na prática, não há como dizer: 'Sr. Presidente, pare' - afirmou.

Pelosi e o líder da maioria no Senado, Harry Reid, enviou uma carta a Bush na semana passada dizendo que não deveria haver aumento de tropas, mas, ao invés disso, deveria ser iniciada uma retirada gradativa. Bush mantém reuniões com parlamentares nesta semana em antecipação ao discurso sobre a suposta mudança de tática americana no Iraque, aguardado para quarta-feira.

A esperada mudança de política ocorre depois de um recente relatório do Grupo de Estudo do Iraque, que disse que a política dos Estados Unidos no Iraque não está funcionando, e da derrota republicana nas eleições parlamentares em novembro passado, atribuída em parte à forma como a Casa Branca estava lidando com o conflito.

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