Bush diz ter provas suficientes contra o Iraque para iniciar novo bombardeio

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Publicado Domingo, 08 de Setembro de 2002 às 06:52, por: CdB

Ao receber seu maior aliado, o primeiro-ministro britânico Tony Blair, neste sábado no retiro de Camp David, o presidente norte-americano George W. Bush esmerou-se para tentar justificar um possível ataque ao Iraque. "Não sei de que provas mais precisamos", afirmou Bush, após detalhar relatórios e fotos feitas por satélite, os quais supostamente mostram a movimentação do Iraque para desenvolver armas de destruição em massa. Em entrevista coletiva, Bush e Blair reiteraram sua preocupação com o arsenal do Iraque. O presidente norte-americano revelou que vem lendo um "catálogo" de tentativas feitas por Saddam Hussein para obter armas nucleares. Bush citou um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), divulgado na sexta-feira, em que fotos de satélite identificaram novas construções em diversos locais no passado ligados à produção de armas de destruição em massa no Iraque. Os dois líderes também citaram um relatório da mesma agência das Nações Unidas, formulado em 1998, segundo o qual o presidente do Iraque conseguiria, dentro de seis meses, produzir armas nucleares. "Uma política de falta de ação não é a política a qual podemos responsavelmente endossar", salientou Blair. O encontro em Camp David acontece a poucos dias de um pronunciamento que Bush fará na Assembléia Geral das Nações Unidas, na tentativa de alertar a comunidade internacional para a ameaça representada por Saddam Hussein. Bush discursará na quinta-feira, um dia após o primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro a Washington e Nova York. Na sexta-feira, em mais uma iniciativa para aumentar o apoio a uma campanha contra o Iraque - a qual até o momento só conta com a adesão da Grã-Bretanha -, Bush telefonou aos presidentes da Rússia, França e China, os outros três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. E não obteve sucesso. Ao lado de Bush, Blair explicou que alguns líderes internacionais têm "dúvidas perfeitamente razoáveis" sobre um possível ataque militar. "Temos que deixar claro que estamos trabalhando de uma maneira que mobilize o máximo de apoio, mas também levando em conta a remoção de uma ameaça que as Nações Unidas mesmas consideraram uma ameaça para todo o mundo", concluiu o premier britânico.

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