Bush condena declarações de Sharon

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Publicado Sexta, 05 de Outubro de 2001 às 14:30, por: CdB

O governo dos Estados Unidos condenou a declaração feita na quinta-feira pelo primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, em que prometeu não aceitar "tentativas de atrair o apoio de países árabes às custas de Israel". Esse foi o mais duro recado já mandado por Sharon a Washington, que vem tentando ampliar no Oriente Médio a aliança de apoio a uma provável ofensiva militar contra o Afeganistão. Nesta semana, o presidente americano, George W. Bush, disse que apoiava a formação de um Estado palestino - o que não agadou membros do gabinete israelense. "Os cometários feitos pelo primeiro-ministro Sharon são inaceitáveis na opinião do presidente", disse o porta-voz de Bush, Ari Fleischer. Pressão Fleischer disse que o primeiro-ministro israelense já foi informado sobre a opinião de Bush, por intermédio da embaixada dos Estados Unidos em Israel. Washington vem pressionando Israel a manter um cessar-fogo com os palestinos - o que poderia render aos americanos mais aliados entre os países árabes. Mas a trégua, acertada no mês passado, até agora não vem sendo implementada na prática. Na quinta-feira, Sharon disse que Israel continuaria lutando sem tréguas contra o que chamou de terrorismo e cancelou a promessa que tinha feito anteriormente de não mais realizar ofensivas militares contra os palestinos. Ele comparou a situação vivida pelo seu país com a da Tchecoslováquia quando nações da Europa deram seu apoio para que a Alemanha nazista invadisse o país - num evento que antecedeu o início da Segunda Guerra Mundial. "Nós não seremos como a Tchecoslováquia", disse Sharon. "Isso é inaceitável para nós. De agora em diante, nós só vamos contar com nós mesmos." Oposição Os comentários de Sharon também provocaram críticas de políticos da oposição dentro de Israel. O líder de esquerda Yossi Sarid disse que as palavras de Sharon foram "sem sustentação" e "extremamente tristes e perigosas". "Elas foram uma manifestação de ingratidão com os EUA, um país sem o qual Israel enfrentaria grandes dificuldades para continuar existindo. Foi um grave erro diplomático", completou Yossi Sarid, em declaração à agência France Presse. Na terça-feira, o presidente George W. Bush disse que a criação de um Estado Palestino, uma questão-chave dentro do conflito do Oriente Médio, sempre fez parte dos planos americanos para a região. "A idéia de um Estado Palestino sempre esteve em nosso horizonte, desde que a existência de Israel seja respeitada", afirmou o presidente.

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