A maioria das mulheres brasileiras diz não depender dos parceiros financeiramente, segundo pesquisa realizada pela empresa Synovate, do grupo britânico Aegis.
Foram entrevistadas 3.821 mulheres no Brasil, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Romênia, Arábia Saudita, Cingapura, China e Japão. Desse total, 750 eram brasileiras.
Mais de 50% dessas brasileiras não concordam que os homens saibam lidar melhor com o dinheiro, que os parceiros deveriam pagar por tudo ou que quem tem o dinheiro detém o poder em uma relação.
Entre as brasileiras casadas ou que moram com os parceiros - 412 no total -, 320 disseram que o marido ganha mais, e 251 afirmaram que podem comprar o que quiserem sem ter de pedir dinheiro ao parceiro.
Elas também discordam que têm de abrir mão da vida profissional após o casamento.
Apesar de os resultados indicarem que as mulheres afirmam estarem se tornando mais independentes financeiramente, 51% não lêem os cadernos de economia dos jornais, e cerca de 70% não pensam em economizar para a aposentaria.
Global
Levando em consideração todos os países analisados, 57% das entrevistadas não concordam que a pessoa que ganha mais é quem manda em uma relação.
Apesar de 60% das mulheres discordarem que os homens saibam lidar melhor com problemas financeiros, apenas 26% dizem estar economizando para quando se aposentarem, e 75% afirmam não ter a ajuda de um profissional da área para desenvolver um plano financeiro.
Mais de 50% das entrevistadas ignoram as páginas de economia dos jornais.
Das mulheres casadas ou que moram com o parceiro na China, 86% disseram que têm o mesmo poder de decisão que os homens na hora de grandes gastos, como a compra de propriedades e carros.
Metade das mulheres chinesas concorda com a frase "o dinheiro de meu parceiro também é meu dinheiro, mas o meu dinheiro é (só) meu", contra apenas 31% das mulheres casadas no Brasil.
Na Arábia Saudita, 58% das mulheres casadas acreditam que a pessoa que tem dinheiro é quem tem o poder na relação, e 68% dizem que os homens devem pagar todas as contas, os índices mais altos entre os países entrevistados.
- De acordo com informações bancárias e outros tipos de dados, as mulheres são as mais ricas na Arábia Saudita - diz Ghaida Fatany, pesquisadora que conduziu a pesquisa da Synovate no país.
- As mulheres sempre foram sustentadas financeiramente por seus pais e maridos, e então elas praticamente não precisam gastar o próprio dinheiro.
As mulheres japonesas são as segundas entre as entrevistadas - depois das sauditas - a acreditar que é necessário abrir mão da liberdade financeira depois do casamento. Cerca de 37% dizem que é difícil continuar trabalhando depois de ter filhos.
Mas as japonesas lideram o ranking das mulheres que têm contas bancárias em segredo. Cerca de 38% delas escondem esse dinheiro do marido, contra apenas 9% das brasileiras.
Nos Estados Unidos, mais da metade das mulheres casadas diz receber mais que o marido, apesar de apenas 38% afirmarem que podem pagar pelo que querem sem ter de pedir dinheiro ao parceiro.
Rio de Janeiro, Sábado, 20 de Abril de 2024
Brasileiras dizem ter independência financeira, mostra pesquisa
Arquivado em:
Publicado Segunda, 17 de Janeiro de 2005 às 14:41, por: CdB
Edição digital