Brasileira é vítima de atentado suicida na Cisjordânia

Arquivado em:
Publicado Sexta, 31 de Março de 2006 às 10:39, por: CdB

A morte de um homem-bomba, na Cisjordânia, na noite desta quinta-feira, causou consternação e dor em uma família carioca. Ao se matar, em protesto contra a ocupação israelense dos territórios palestinos, o militante suicida Mahmoud Masharka, de 24 anos, forçou a entrada no carro de Helena e Rafi Halevy, quando eles retornavam de Kedumim - um assentamento no norte da Cisjordânia, e detonou os explosivos que carregava amarrados ao corpo. A brasileira e seu marido, juntos com o radical palestino e de dois jovens que tinham conseguido carona com eles depois de uma celebração morreram na hora. Masharka estava disfarçado de judeu ortodoxo, segundo informe de jornalistas israelenses.

Rafi chegou a andar alguns metros, segundo testemunhas anônimas, antes de o terrorista explodir a bomba. Ele teria "agido heroicamente", segundo jornais israelenses, ao se recusar a entrar com o veículo na comunidade quando percebeu a intenção do militante. Helena Halevy, de 59 anos, nasceu em Copacabana, Zona Sul do Rio, e morava há 41 anos em Israel. A família da brasileira vai viajar ao país para comparecer ao enterro, neste domingo.

Ao assumir a autoria do atentado, o grupo Brigadas dos Mártires de al-Aqsa elogiou a atuação de Masharka e disse que ele será recebido como herói no paraíso, mas há informações de que um novo grupo terrorista, denominado Kateb al-Shaheed Chamuda, seria o autor do ataque. Esta facção identificou o homem-bomba.

Em entrevista ao canal de TV à cabo Globonews, Sônia Glatt, sobrinha de Helena, disse que o último contato entre ela e a família aconteceu na manhã desta quinta-feira.

- Ela estava indo a uma festa de um parente em outra cidade. Resolveu parar para visitar um neto que também mora em outra cidade. Ela estava voltando para casa quando tudo aconteceu - afirmou Sônia.

Glatt disse ainda que Helena costumava passar as férias no Brasil e adorava o país. Ela se mudou para Israel depois de se apaixonar e se casar com Rafi. A mãe de Helena se mudou com a filha e atualmente vive em Jerusalém. O casal Halevy deixa quatro filhos e três netos. Rafi tinha sido oficial de segurança e trabalhava como jardineiro do assentamento, onde morava com a mulher há 20 anos. Helena trabalhava numa creche. Um dos filhos deles é tenente-coronel do Exército israelense.

Identificados pelo jornal Jerusalem Post, Reut Feldman, 20 anos, que servia ao Exército de Israel, e Shaked Laskar, de 16, foram as outras duas vítimas do atentado. A jovem e o adolescente foram enterrados nesta sexta-feira.

Reunidos no vilarejo de El-Bureij, próximo a al-Khalil, parentes e amigos de Masharka se disseram orgulhosos pelo ato de heroismo do homem-bomba. Segundo levantamento da chancelaria de Israel, ele fora libertado da cadeia semanas atrás pela Autoridade Palestina.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo