Brasil se prepararia para aumentar meta de superávit primário

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Publicado Domingo, 26 de Janeiro de 2003 às 17:04, por: CdB

O Governo brasileiro deve anunciar, nos próximos dias, o aumento para quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de sua meta de superávit primário para o setor público, na tentativa de recuperar a confiança dos investidores, informaram jornais brasileiros neste domingo. Neste fim de semana, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, havia declarado a economistas no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que o Brasil adotaria como meta um superávit superior aos 3,75 por cento do PIB que tinha negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Evitando fornecer detalhes, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse a jornalistas que o Brasil teria como objetivo um superávit fiscal que garantisse sua capacidade de continuar a pagar os serviços da dívida, estimada em 260 bilhões de dólares. "Independentemente de nosso acordo com o FMI, o país está interessado em planejar os pagamentos de sua dívida de forma a não haver dúvidas de sua sustentabilidade", afirmou Palocci. O medo dos investidores com a perspectiva da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro do ano passado, provocou acentuadas quedas nos mercados financeiros do país. Mas reiteradas garantias de Lula e sua equipe econômica de que manterão os gastos públicos e a inflação sob controle ajudaram a recuperar a confiança na economia brasileira. E uma elevação na meta de superávit só contribuiria para estimular o crescente otimismo, afirmam economistas. Cálculos extra-oficiais mostram que o Brasil pode ter fechado 2002 com um superávit primário de quatro por cento, acima dos 3,88 por cento acertados com o FMI no ano passado para receber um pacote de 30 bilhões de dólares. A meta de superávit exclui pagamentos da dívida.

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