Bradesco registra lucro recorde e garante que ritmo continua forte

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Publicado Segunda, 07 de Novembro de 2005 às 17:25, por: CdB

O Bradesco lucrou R$ 1,430 bilhão no terceiro trimestre, 90% a mais do que no mesmo período de 2004, beneficiado principalmente pelo foco no crédito ao consumo. O resultado, divulgado nesta segunda-feira, ficou em linha com o esperado pelo mercado. A estimativa média no mercado era de que o maior banco privado do país teria lucro de R$ 1,47 bilhão no trimestre passado.

De janeiro a setembro, o lucro atingiu o recorde de R$ 4,05 bilhões, duas vezes mais do que o acumulado nos nove primeiros meses de 2004. No mesmo período, o Itaú lucrou R$ 3,8 bilhões, segundo balanço divulgado na semana passada. Apesar do forte desempenho, as ações do Bradesco recuavam 1,88% no início da tarde, para R$ 118,23, enquanto o Ibovespa subia 0,36%. Operadores disseram que as ações já haviam subido muito na semana passada, pois alguns investidores apostavam em resultdo bem acima do esperado por analistas.

O Bradesco afirmou em comunicado que, no período de nove meses, 39% do lucro líquido teve origem na carteira de crédito, 30% nas atividades de seguros, previdência e capitalização, 26% nas receitas de prestação de serviços e 5% em títulos e valores mobiliários. A carteira de crédito, excluindo avais e finanças, cresceu 25,5% na comparação anual, para R$ 75,2 bilhões no terceiro trimestre. O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, estimou que esse ritmo acelerado se manterá em 2006, com expansão de 20% a 25%.

O desempenho das carteiras de crédito vem sendo puxado pelas operações de financiamento ao consumo, que explodiram após a aquisição de financeiras e a assinatura de diversos acordos de crédito com redes varejistas.

- A pessoa física tem aumentado sua demanda por crédito trimestre após trimestre em função da melhoria da renda e do emprego no nosso país - disse Cypriano em teleconferência com jornalistas.

As linhas de crédito pessoal, financiamento a veículos e a consumidores de redes varejistas foram as que mais cresceram no terceiro trimestre, enquanto o percentual de recursos emprestados a grandes empresas recuou. As operações originadas pelas Casas Bahia, com a qual o Bradesco assinou o mais importante acordo de financiamento ao varejo, mais do que dobraram em apenas três meses, de R$ 707 milhões no fim de junho para R$ 1,5 bilhão em setembro.

O Bradesco surpreendeu analistas que esperavam que o foco em consumidores de menor poder aquisitivo resultasse em piora da qualidade da carteira de crédito. A taxa de inadimplência recuou de 3,7% para 3,1% na comparação entre os nove meses de 2004 e 2005.

- A carteira de crédito continua demonstrando uma excelente qualidade - afirmou Cypriano, acrescentando que 93,1% das operações de crédito do Bradesco possuem classificação de "AA" até "C", ante 89,6% no setor financeiro como um todo e 92% nos bancos privados. Os ativos totais do Bradesco superaram a marca de R$ 200 bilhões no terceiro trimestre e o retorno sobre patrimônio médio (ROE, na sigla em inglês), em taxa anualizada, atingiu 33,7% nos primeiros nove meses de 2005, contra 20% de janeiro a setembro do ano passado.

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