Bradesco declara lucro em queda, mas receitas melhoram

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Publicado Segunda, 06 de Novembro de 2006 às 10:03, por: CdB

Maior banco privado do país, o Bradesco anunciou, nesta segunda-feira, uma significativa queda no lucro líquido do terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. O balanço foi corroído por encargo previsto em setembro, relativo a ágios pagos pelo banco em aquisições promovidas nos últimos anos. O Bradesco teve lucro líquido de R$ 219 milhões de julho a setembro, ante R$ 1,43 bilhão no mesmo período do ano passado.

O impacto relativo ao efeito da amortização dos ágios somou R$ 2,109 bilhões. Sem esse efeito, o resultado líquido no trimestre passado teria sido de R$ 1,611 bilhão. Conforme a legislação brasileira, é possível fazer a amortização do ágio pela compra de outra empresa ao longo de 10 anos, trimestralmente. Nos últimos 10 anos, o Bradesco comprou 20 instituições. Entre elas estão as operações brasileiras da American Express, compradas em março por US$ 490 milhões.

A decisão de abater ágios nesse trimestre segue estratégia adotada pelo Itaú, que decidiu incluir em seu balanço o efeito total da aquisição da operação nacional do BankBoston, o que gerou um impacto negativo de R$ 1,764 bilhão no resultado do banco.

Receita melhora

As receitas com intermediação financeira do Bradesco somaram no terceiro trimestre R$ 9,623 bilhões, um avanço em relação aos R$ 8,533 bilhões do mesmo período de 2005. A carteira de crédito, sem incluir avais e fianças, do Bradesco cresceu para R$ 92,013 bilhões nos três meses encerrados em setembro ante R$ 75,2 bilhões há um ano. O destaque da carteira foi o "forte crescimento de 27% no segmento de pessoas físicas", informou o Bradesco em comunicado ao mercado.

O banco informou ainda que 92,3% das operações de crédito possuem classificação "AA" até "C", ligeira queda na comparação com os 93,1% ao final do terceiro trimestre do ano passado. No período, segundo o Bradesco, o sistema financeiro tinha índice de 89,6%. O retorno sobre o patrimônio líquido no terceiro trimestre foi de 32,7% ante 35,2% no mesmo período de 2005. A margem financeira foi de R$ 4,852 bilhões, um crescimento ante os R$ 4,498 bilhões registrado de julho a setembro de 2005.

Já o índice de eficiência operacional foi de 42,4% no trimestre contra 47% no mesmo período do ano passado, "refletindo foco em controle de despesas de pessoal e administrativas e ampliação de fontes de receita", informou o banco. As receitas com prestação de serviços subiram 21,3%, para R$ 6,474 bilhões, em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

A despesa com provisão para devedores duvidosos (PDD) no trimestre passado somou R$ 1,157 bilhão, alta em relação aos R$ 540 milhões registrados há um ano. No acumulado dos nove primeiros meses de 2006, o Bradesco registra saldo de PDD de R$ 3,144 bilhões, um aumento de R$ 1,486 bilhão em relação ao mesmo período de 2005.

"O acréscimo está em linha com o crescimento da carteira de crédito, que evoluiu 22,3 por cento no período", afirmou o banco no balanço.

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