Blair enfrenta votação decisiva sobre lei antiterror

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Publicado Quarta, 09 de Novembro de 2005 às 13:00, por: CdB

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, fez um último apelo para que os parlamentares apóiem seus planos, que visam dar à policia o poder de deter suspeitos de terrorismo por 90 dias sem acusação formal.
O ministro da Fazenda, Gordon Brown, que estava em Israel, e o do Exterior, Jack Straw, que estava na Rússia, foram chamados de volta de suas viagens oficiais pelo governo para a votação que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira.

Os conservadores, os liberais-democratas e até mesmo membros do partido de Blair, o Trabalhista, são contra o plano.

Blair afirma, por sua vez, que dois planos de ataques foram evitados desde os incidentes do dia 7 de julho em Londres e diz que os parlamentares têm o dever de apoiar seus planos.

Sem detalhes

Tony Blair não deu detalhes dos planos de atentados frustrados, mas dois homens acusados de planejar um ataque com bombas foram presos na semana passada. A polícia também afirmou que outros ataques foram evitados recentemente.

O primeiro-ministro britânico disse que a polícia tinha de ser capaz de fazer prisões antes de qualquer incidente, porque terroristas querem causar mortes em massa.

Mas o líder do Partido Conservador, Michael Howard, confrontou Blair e pediu que o primeiro-ministro citasse um único caso em que seriam necessários 90 dias para conseguir provas e acusar um suspeito.

Howard afirmou que estes planos de detenção podem alienar comunidades de minorias étnicas.

Os conservadores, liberais-democratas e alguns parlamentares rebeldes do Partido Trabalhista apoiam a proposta de David Winnick, outro parlamentar rebelde dos Trabalhistas, que afirma que suspeitos de terrorismo precisam permanecer detidos por um máximo de 28 dias sem acusação formal.

Atualmente, suspeitos de terrorismo podem permanecer detidos sem acusação formal por até 14 dias.

Blair admite que a votação será "muito, muito apertada", mas acrescentou em discurso na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico que esta é uma questão de liderança, não apenas para ele, mas também para outros líderes partidários e de outros parlamentares.

- Algumas vezes é melhor perder e fazer o que é certo do que vencer e fazer o que é errado, disse Blair.

Se o governo perder, será a primeira derrota de Blair na Câmara dos Comuns. Seria um golpe a sua autoridade, mas não significaria que Blair teria que renunciar ao cargo de primeiro-ministro, algo que ele já afirmou que iria fazer antes das próximas eleições.

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