Blair diz confiar em nova resolução da ONU para o Iraque

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Publicado Sábado, 01 de Fevereiro de 2003 às 14:04, por: CdB

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse acreditar que a Organização das Nações Unidas (ONU) irá aprovar uma segunda resolução permitindo uma ação militar contra o Iraque. A declaração de Blair foi feita quando ele retornou à Grã-Bretanha, neste sábado, após ter se reunido com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Segundo jornais britânicos, o presidente Bush também teria aceito uma segunda resolução da ONU, desde que, com isso, o Iraque não ganhe um prazo de mais de seis semanas. O primeiro-ministro britânico disse que a situção deve ser resolvida "de uma maneira ou de outra". "E nas próximas semanas ficará bem claro se (o presidente iraquiano) Saddam Hussein está ou não cooperando. Se Saddam não cooperar, nós agiremos", afirmou. Semanas Blair afirmou que a questão deve ser resolvida "em semanas, não em meses". De acordo com Blair, Saddam Hussein não está cooperando com os inspetores da ONU e o tempo dele está se esgotando. O primeiro-ministro britânico deve se encontrar com o presidente da França, Jacques Chirac, na próxima terça-feira. Chirac tem criticado uma possível ação militar contra o Iraque e defende o aumento no prazo para que os inspetores de armas da ONU encontrem provas de que o Iraque possui armas de destruição em massa. Nas próximas semanas, haverá uma série de eventos decisivos para a deflagração ou não de uma guerra contra o Iraque. No próximo dia 5, o secretário de Estado americano, Colin Powell. No dia 14, os inspetores da ONU fornecerão um novo relatório e no dia 27 de março, Hans Blix, que comanda a equipe de inspetores, submeterá o relatório à ONU. Segundo fontes diplomáticas, o governo britânico está apostando mais em uma segunda resolução da ONU do que o governo americano. O apoio mais enfático da Grã-Bretanha à uma nova resolução se deveria ao fato de que uma possível ação militar contra o Iraque tem recebido fortes críticas de países como a França e a Alemanha. O tema também divide os membros do Conselho de Segurança da ONU. Entre os países que são contrários ou que têm críticas a uma ação militar estão Rússia, China, França, Alemanha e Síria. Os que defendem um ataque militar são Estados Unidos, Grã-Bretanha, Espanha e Bulgária. Há também aqueles que ainda não manifestaram seu voto: Angola, Camarões, Chile, Guinéa, México e Paquistão. Para que uma resolução seja aprovada no Conselho de Segurança são necessários nove votos e nenhum veto. "Ditador" O Iraque vem reiterando que não possui armas de destruição em massa. A imprensa local tem feito críticas aos governos americano e britânico. Neste sábado, o jornal oficial al-Jumhouriyah afirmou: "O ditador do novo mundo, Bush filho, continua a acusar o Iraque de tentar controlar esta região e de ameaçar os Estados Unidos, enquanto ele próprio segue ameaçando o Iraque diariamente". Um editorial do jornal Babel, pertencente a Uday Hussein, filho do presidente iraquiano, criticou a postura do primeiro-ministro Tony Blair. Segundo a publicação, Blair está agindo como "secretário de Relações Exteriores dos Estados Unidos" e está mostrando "desrespeito", com a opinião pública britânica que se oporia à guerra. Saddam Hussein convidou os líderes da equipe de inspetores da ONU, Hans Blix e Mohamed ElBaradei a retornarem ao Iraque antes de divulgarem seu próximo relatório, no dia 14 February. O presidente George W. Bush afirmou, no entanto, que o convite é uma tentativa de "enredar" os inspetores no impasse relativo à concessão de um prazo maior.

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