Berzoini: 'Diálogo com servidores está aberto'

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Publicado Terça, 17 de Junho de 2003 às 16:30, por: CdB

O diálogo com os servidores sobre a reforma da Previdência está aberto, garantiu nesta terça-feira o ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini. Ele salientou, porém, que o governo irá tentar aprovar a proposta o mais próximo do que foi constituída originalmente. Berzoini explicou que, quando um ministro expõe uma posição, é evidente que fala pelo governo. - Dirceu falou pelo governo segunda, e eu estou falando pelo governo terça - disse ele. Segundo Berzoini, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi claro ao afirmar que o governo vai defender seu projeto original de reforma da Previdência e lutar para aprová-lo o mais integralmente possível. Para Berzoini, não serão debatidas apenas questões fora da realidade brasileira. Ele citou propostas que mantenham a atual idade mínima para a aposentadoria e as que não reconhecem o desequilíbrio orçamentário ao subsidiar quem não necessita de proteção social. Segundo Berzoini, em 2002 o governo gastou R$ 22,9 bilhões com o financiamento de 950 mil aposentadorias do setor público, valor superior ao orçamento da saúde (R$ 22 bilhões) e da educação (R$ 14 bilhões). O ministro considera que as manifestações e posições contrárias à reforma da Previdência por parte dos servidores são reações naturais, mas não "das mais inteligentes", porque o orçamento tem limites. Berzoini acrescentou que a queda da taxa de juros depende de um orçamento inteligente. O ministro criticou ainda quem considera a reforma como uma privatização da previdência. Segundo ele, quem tem essa opinião, não leu a reforma ou não quer entendê-la. Berzoni disse também, que o país não é justo e rico o suficiente para concordar que um juiz se aposente aos 53 anos e uma juíza aos 48 anos. - Acho que o Brasil está jogando dinheiro fora, quando pode preservar esses bons profissionais, a maioria não quer se aposentar nessa idade. Preservar esses bons profissionais para julgar, para condenar a justiça, para inclusive desafogar a imensa carga de trabalho que tem hoje os juízes em todo Brasil - disse. O ministro comentou a posição da bancada do PT no Estado de São Paulo, que foi contra a elevação da alíquota de 6% para 11% na contribuição dos funcionários públicos em atividade para custear as aposentadorias. Ele afirmou que teria sido mais construtivo que a bancada petista tivesse sido favorável à proposta, mas acredita que tal posição não vai prejudicar o andamento da reforma previdenciária no Congresso Nacional. O ministro participou de um seminário sobre a reforma da Previdência na Federação do Comércio do Estado de São Paulo.

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