Berzoini depõe à PF e CUT denuncia conspiração da direita

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Publicado Terça, 17 de Outubro de 2006 às 08:00, por: CdB

O ex-presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoni (SP), prestou depoimento na manhã desta terça-feira à Polícia Federal em Brasília, no inquérito que investiga a compra de dossiê contra políticos do PSDB. O depoimento de Berzoini estava marcado para 14 horas, mas foi antecipado para às 10h30. Por ter foro privilegiado, o deputado pôde escolher quando e onde será ouvido. Os investigadores querem saber se Berzoini tinha conhecimento das negociações para a compra do documento..

Em depoimento à Polícia Federal no mês passado, um dos acusados de envolvimento no caso, o ex-assessor da Presidência da República Jorge Lorenzetti, disse que Berzoini sabia da existência do material contra o PSDB, mas que ele não sabia que as negociações para que assessores do PT obtivessem o documento envolveriam dinheiro.

Conspiração

Ainda nesta terça-feira, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), bem como os movimentos sociais organizados no Brasil, reforçaram a má atuação na mídia no escândalo do dossiê envolvendo integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) às vésperas de eleição para a Presidência do país. De acordo com a instituição, que se manifestou por meio de nota, os meios de comunicação têm direcionado o foco para outros interesses, minimizando a prática ilegal de um delegado da Polícia Federal, que teria agido junto com os principais órgãos de comunicação, numa ação conspiratória para impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse reeleito no primeiro turno.

Na nota, a CUT respalda a reportagem exclusiva sobre o assunto, divulgada na última edição da revista Carta Capital, do dia 13 de outubro. O texto, assinado pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, revela as tramas por trás da suposta conspiração. "Quando a situação caminhava para uma vitória de Lula já no primeiro turno, o delegado Edmilson Pereira Bruno fechou um acordo anti-Lula com veículos como a TV Globo e os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo", assinala a Central Única.

Conforme salienta a CUT, foi o delegado quem, de forma ilícita, entregou para jornalistas fotos do dinheiro apreendido com duas pessoas ligadas ao PT num hotel de São Paulo. O delegado reconheceu seu objetivo ardiloso, mas a mídia não revelou uma linha sequer desse pronunciamento.

A reportagem da Carta Capital trata, minuciosamente, de como muitos dados ainda não foram esclarecidos sobre o assunto. E de como a mídia centrou as informações apenas no que diz respeito ao suposto envolvimento petista. Segundo a revista, mal tinha sido averiguado o fato, equipes de mídias do próprio partido afetado, o PSDB, chegaram, inclusive, antes das equipes dos veículos de comunicação.

Diante deste fato, considerado uma manobra entre os partidos e a grande mídia, representantes de diversos movimentos sociais brasileiros lançaram, no final de semana, um manifesto em que denunciaram a ação da "direita golpista, representada pelo PSDB-PFL e os meios de comunicação". O manifesto foi assinado pela CUT, União Nacional dos Estudantes, Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST), entre outros.

No dia 15 de setembro, integrantes do PT foram encontrados com 1,7 milhão de reais. O dinheiro seria usado para comprar um dossiê que incriminaria os candidatos ao Governo de São Paulo, José Serra, e do Brasil, Geraldo Alckmin. Até agora, nenhuma prova substancial foi consistente para apurar a denúncia, mais tarde explorada pela cúpula do Partido Social Democrata do Brasil (PSDB).

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