O Senado da Itália aprovou uma nova legislação que estabelece a volta da imunidade judicial para os cinco principais mandatários políticos do país, entre eles, o primeiro-ministro e o presidente da República. Caso a aprovação seja confirmada pela Câmara dos Deputados, a emenda constitucional vai paralisar o processo que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, responde, em Milão. O primeiro-ministro é acusado de ter subornado juízes para bloquear o processo de privatização envolvendo uma empresa concorrente. Os pagamentos ilegais teriam sido feitos em 1985, antes de Berlusconi - um dos homens mais ricos da Itália - entrar para a política. A nova legislação foi apresentada pelo próprio Berlusconi. Acredita-se que ela, gradualmente, concederá imunidade a todos os parlamentares da Itália. A proposta, que também garante imunidade aos presidentes do Senado, da Câmara e do tribunal responsável por questões constitucionais ainda precisa passar pelo plenário da Câmara dos Deputados, onde Berlusconi conta com ampla maioria. A votação no Senado foi condenada pelos partidos de oposição italianos. A imunidade parlamentar foi suspensa na Itália há dez anos em meio a uma série de casos de corrupção entre políticos. A Itália deve assumir a presidência rotativa da União Européia no próximo dia 1º de julho. A aprovação da controversa nova legislação deve poupar a Itália de passar por constrangimentos internacionais, mas, por outro lado, expõe as discutíveis práticas políticas em vigor no país.
Rio de Janeiro, Quinta, 28 de Março de 2024
Berlusconi pode se beneficiar de lei de imunidade na Itália
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Publicado Quarta, 04 de Junho de 2003 às 20:15, por: CdB
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