Berlusconi apela, mas vitória de Proddi se consolida na Itália

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Publicado Quarta, 12 de Abril de 2006 às 08:20, por: CdB

Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi pediu a recontagem de votos que foram anulados por estarem estragados. Ele insiste em esperar para reconhecer uma possível vitória de seu opositor, o líder da coalizão de centro-esquerda Romano Prodi, até que essas 43 mil cédulas e os votos de italianos que residem fora do país sejam reexaminados. Prodi, no entanto, diz que "sua vitória foi clara nas duas casas do Parlamento" e que o novo gabinete vai iniciar negociações para a formação de um governo já nos próximos dias.

O Ministério do Interior italiano insiste que os resultados ainda têm que ser confirmados pela Suprema Corte do país, e que qualquer contestação precisa ser avaliada por comissões eleitorais parlamentares.

Irregularidades

O líder de uma equipe de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), Peter Eicher, disse que aparentemente houve irregularidades no que se refere a um "grande número de votos brancos, nulos e contestados". Ele não acusou lado algum, mas disse ter se confundido com a adoção tardia de novas leis eleitorais e com a cobertura "tendenciosa" da imprensa italiana.

Uma recontagem dos votos poderia levar semanas para ser concluída, e os partidários de Prodi já disseram que a decisão de realizá-la seria "irresponsável". Romano Prodi, que já foi primeiro-ministro da Itália, foi declarado oficialmente como o vencedor da eleição na terça-feira, depois de uma corrida altamente disputada.

Os resultados oficiais mostraram que a coalizão de centro-esquerda comandada por Prodi obteve o número de votos necessário para controlar o Senado, após já haver obtido a maioria na Câmara dos Deputados. Pela contagem, a aliança do ex-premiê conseguiu 158 assentos no Senado, contra 156 da coalizão de Berlusconi.

Na Câmara, o grupo de Prodi ganhou por uma diferença de apenas 25 mil votos.

Novo governo

Prodi agora está fazendo uma forte pressão para já dar andamento aos planos de formação de um novo governo, apesar de dizer que a decisão final só ocorrerá depois das eleições presidenciais, marcadas para maio. Ele rejeitou a proposta de Berlusconi de formar uma grande coalizão.

Prodi discordou do argumento de que a votação deixou a Itália dividida, dizendo que esta não é uma situação "peculiar" do país.

- A Alemanha está dividida, a França está fragmentada ainda mais - afirmou, lembrando que a diferença de votos entre George W. Bush e John Kerry em 2004 foi "ainda menor do que na Itália".

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