Benedita processa Bolsonaro por racismo ao comparar negros a porcos

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Publicado Sexta, 07 de Abril de 2017 às 11:18, por: CdB

Segundo Benedita da Silva, “é inadmissível que um deputado federal (Bolsonaro), eleito pelo Estado do Rio, venha dizer que nós negros não servimos nem para procriação. Que encontrou nos quilombolas um sujeito que tinha não sei quantas arrobas (medida usada para medir o peso de porcos, entre outros animais)

 

Por Redação - de Brasília

 

A deputada petista Benedita da Silva (RJ) gravou, nesta sexta-feira, um vídeo gravado ao lado da deputada Maria do Rosário (PT-RS) no qual volta a criticar as declarações racistas proferidas pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante palestra no clube Hebraica do Rio. O presidenciável de ultradireita comparou negros a porcos. 

— Eu quero dizer para vocês que são os braços negros e fortes brasileiros que não só contribuíram, mas construíram a riqueza deste país. Os donos da casa grande querem tomar posse novamente. Nós já saímos da senzala — disse a deputada.

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A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) abriu processo contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por racismo

Segundo Benedita da Silva, “é inadmissível que um deputado federal, eleito pelo Estado do Rio de Janeiro, venha dizer que nós negros não servimos nem para procriação. Que ele encontrou nos quilombolas um sujeito que tinha não sei quantas arrobas (medida usada para medir o peso de porcos, entre outros animais). É desse jeito que um deputado federal, falando para uma comunidade judaica, que tem um histórico de discriminação, de genocídio, uma insanidade dessa.

Liderados pela deputada Benedita, parlamentares do PT foram à Procuradoria Geral da República (PGR), na vêspera, protocolar um pedido de investigação contra Bolsonaro (PSC-RJ), por racismo. A Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a organização Terra de Direitos também protocolaram ação contra Bolsonaro junto à PGR. 

Processo contra Bolsonaro

Liderados pela deputada Benedita da Silva, parlamentares do PT foram à PGR. Eles protocolaram, no final da tarde passada, um pedido de investigação contra Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ele é acusado de racista, depois de palestra a uma plateia de cerca de 300 pessoas, na última segunda-feira.

Em seu discurso, Bolsonaro falava das terras quilombolas quando afirmou que "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais".

— Não podemos deixar pra lá — disse Benedita.

A parlamentar petista lembrou que Bolsonaro "disparou discriminação" em sua fala.

— Ele acha que é um deus, mas não é. Sabemos que o racismo é um crime inafiançável, então queremos justiça. Não estamos mais na senzala. Então não dá mais para um 'sinhozinho' achar que dá para chicotear com suas palavras racistas — protestou Benedita.

Racismo

Também foi à PGR o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Paulão (PT-AL). A vice-presidente do colegiado, Erika Kokay (PT-DF), e Maria do Rosário (PT-RS) também compareceram à PGR.

— Nós mesmos aprovamos a lei contra o racismo. Como é possível que a gente aprove leis e os próprios parlamentares não as cumprem? São leis fundamentais para a civilização existir entre nós — destacou Maria do Rosário.

A Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a organização Terra de Direitos também processam Bolsonaro. 

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