O tricampeão de Wimbledon Boris Becker disse que tomou pílulas e ingeriu álcool para lidar com a pressão do mundo do tênis. O ex-número um do mundo revela em sua autobiografia - a ser publicada ainda este mês - que foi viciado em pílulas para dormir durante anos e que também teve problemas com bebida: "Remédios para dormir foram o meu problema", escreve em um trecho do livro divulgado na terça-feira pelo jornal alemão Bild.
Becker, 35 anos, disse que começou a tomar remédios para dormir em 1987, durante um momento ruim de sua carreira, e não abandonou o hábito até 1992. O tenista, cujas vitórias em quadra transformaram-no em uma das maiores celebridades alemãs do pós-guerra, aposentou-se após uma última partida em Wimbledon, em 1999.
Em seu livro, Augenblick, verweile doch, ele afirma que recebeu receita médica para tomar uma pílula para dormir chamada Planum e logo ficou viciado. Becker disse que também usou outras drogas. "Contra a falta de sono havia Planum, contra a dor havia outras pílulas", escreveu. "Contra a solidão, mulheres e uísque ajudavam."
Becker contou que pouco tempo depois não conseguia mais dormir sem tomar remédios e que sofreu de depressão por tomar muitas pílulas: "Vivi assim durante anos." O calendário lotado, os vôos, o estresse e sua determinação em vencer foram os motivos que o levaram a tomar as pílulas, disse.
O álcool também se tornou um problema e, no livro, Becker relembra uma ressaca terrível: "Foi durante uma noite de outono que pedi para minha mulher atirar em mim", disse. "Eu estava quase pelado na varanda de nossa casa em Munique e não podia aguentar essa montanha russa na minha cabeça."