BC anuncia ajuste de 8,5% na meta de inflação para este ano

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Publicado Terça, 21 de Janeiro de 2003 às 13:09, por: CdB

O Banco Central definiu em 8,5% a meta ajustada para a inflação em 2003. Para 2004, a meta ajustada definida é de 5,5%. De acordo com a carta aberta enviada ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a definição da meta ajustada para 2003 pressupõe que a inflação dos preços administrados (tarifas de combustíveis, de energia) seja de 14% e que um terço da inércia inflacionária seja combatido ao longo deste ano. Em 2002, o Banco Central buscou neutralizar metade da inércia inflacionária herdada de 2001. "Como a inflação de 2002 ficou 9 pontos porcentuais acima da meta, com a maior contribuição ocorrendo no último trimestre do ano, o impacto estimado sobre a inflação de 2003 é de 4,2 pontos porcentuais, valor elevado e que justifica um combate mais gradual", afirma Meirelles na carta divulgada às 13 horas pela assessoria de imprensa do BC. "Tendo em vista a magnitude do impacto inercial da inflação em 2002 e o efeito primário do choque dos preços administrados por contrato e monitorados, a meta ajustada fica acima do limite superior de tolerância da meta pré-estabelecida pelo CMN", afirma Meirelles na carta. A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2003 é de 4%, com margem de variação de 2,5 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Isso significa que o teto da meta de inflação é de 6,5% para este ano. A meta ajustada de inflação de 2004, de 5,5%, foi calculada utilizando como hipóteses uma inflação dos preços administrados de 7,6%. A meta de inflação definida pelo CMN para 2004 é de 3,75%, com a mesma margem de variação de 2003. O teto, portanto, da inflação em 2004 é de 6,25%. Inflação e PIB "A decisão de perseguir uma trajetória de inflação com base nestas metas ajustadas leva em conta que a política monetária será capaz de fazer com que a inflação convirja para o intervalo de tolerância da meta em dois anos", afirma o presidente do BC, na carta. Buscando uma meta ajustada de inflação de 8,5% em 2003, a economia brasileira poderá apresentar um crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). "Outras trajetórias com quedas de inflação mais acentuadas implicam perdas expressivas do crescimento do produto", admite Meirelles na carta. Das simulações feitas pelo BC para se chegar à meta ajustada de 8,5% para a inflação este ano, observou-se que se essa meta ajustada fosse definida no mesmo porcentual do teto da inflação de 2003, ou seja, 6,5%, o PIB brasileiro sofreria uma queda de 1,6%. "Mais ainda, uma trajetória que alcance o centro da meta de 2003, 4%, implicaria uma contração do PIB ainda maior, de 7,3%", explica Meirelles. "Além do efeito sobre o produto, outras trajetórias de convergência de inflação poderiam requerer um esforço desproporcional no primeiro ano, o que resultaria em uma inflação em 2004 substancialmente inferior à meta estabelecida para aquele ano", completa o presidente do BC. Política monetária Henrique Meirelles, lembra na carta enviada ao Ministério da Fazenda que a forte depreciação cambial registrada no ano passado, somada à evolução dos preços administrados e à deterioração das expectativas com relação à economia brasileira, fez com que a inflação fechasse o ano em 12,53%, valor "bastante acima" do intervalo de tolerância da meta de inflação estabelecida pelo governo para 2002, que era de 3,5%, com margem de variação de dois pontos porcentuais. "A política monetária nos próximos dois ano será calibrada para que a inflação convirja para as metas ajustadas de 8,5% em 2003 e de 5,5% em 2004. Dessa forma, o BC perseguirá uma trajetória que leve a uma redução importante da inflação neste ano e atinja o intervalo de tolerância da meta em 2004". Pelos cálculos feitos pelo Banco Central, o IPCA deve convergir para o intervalo de tolerância da meta de inflação definida pelo governo a partir do segundo semestre de 2003. Em dezembro de 2004, a expectativa do BC é de que o IPCA deverá apr

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