Bancos são multados em R$ 1,5 milhão pela Polícia Federal por falta de segurança

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Publicado Sexta, 30 de Novembro de 2012 às 11:27, por: CdB
Bancos são multados em R$ 1,5 milhão pela Polícia Federal por falta de segurança

Bradesco teve o maior volume e valor de multas (R$ 682 mil) por quarteirizar seu sistema de monitoramento em 38 agências e postos de atendimento; para Contraf, ação expõe descaso

Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual

Publicado em 30/11/2012, 13:27

Última atualização às 14:58

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São Paulo – Doze bancos foram multados ontem (29) pela Polícia Federal em R$ 1,5 milhão por falhas em seus sistemas de segurança. A PF também determinou a interdição de uma agência da Caixa Econômica Federal em Belo Horizonte por falta de plano de segurança.

A maior parte das multas foi aplicada por número insuficiente de vigilantes em agências ou postos de atendimento (PAB), alarmes que não funcionam, falta ou vencimento de plano de segurança. Os bancos também foram multados pela utilização de bancários para transporte de valores e cerceamento à fiscalização nas agências e PAB por parte da Polícia Federal.

Dos 145 processos contra os bancos e empresas de segurança que atuam na rede bancária durante a reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) ontem em Brasília, todos relativos a ocorrências no ano de 2009, 13 foram arquivados por falhas administrativas e 13 foram retirados do julgamento a pedido da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Cada processo é referente a uma agência, PAB ou empresa de segurança.

O Bradesco foi a instituição que recebeu o maior valor em multas, R$ 682,8 mil. A CCASP multou o Bradesco por quarteirização do serviço de monitoramento em 38 agências e PAB localizados em Brasília e pela acusação de não ter dado informações corretas sobre estas agências para a Polícia Federal para garantir aprovação em seus planos de segurança. Em cada um dos 38 processos, o banco recebeu uma multa no valor de R$ 14 mil.

Em segundo lugar no ranking de maior valor de multas aplicadas pela CCASP aparece o Banco do Brasil (R$ 282,2 mil), seguido por Santander (R$ 154,6 mil), Itaú Unibanco (R$ 122,3 mil), HSBC (R$ 117 mil), Caixa Econômica Federal (101 mil), Banestes (R$ 37 mil), Mercantil do Brasil (R$ 21 mil), Safra (R$ 15,9 mil), BNB (R$ 14 mil), Sofisa (R$ 14 mil) e Banco da Amazônia (R$ 10,6 mil).

Segundo o coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, o secretário de imprensa da Contraf-CUT e representante da entidade na CCASP, Ademir Wiederkehr, o número de processos e o valor das multas demonstram que os bancos não tratam como prioridade a segurança em suas agências e postos de atendimento.

De acordo com Wiederkehr, no primeiro semestre foram registradas 27 mortes em ocorrências na rede bancária e no ano passado o número de mortes foi de 49. “Os bancos estão mais interessados em proteger o dinheiro do que seus funcionários”, afirma. Segundo Wiederkehr, as multas aplicadas na reunião da CCASP são por descumprimento à legislação federal, que é de 1983, e a normas de segurança.

A lei de 1983 obriga os bancos a ter vigilantes nas agências e PAB, alarmes e um terceiro sistema de segurança complementar, que pode ser instalação de alarmes ou cofres com retardo na abertura, por exemplo. “Esta lei é muito defasada”, afirma.

Segundo a previsão de atualizar a legislação federal depende do andamento de um estatuto da segurança privada elaborado pela Polícia Federal que está em análise pelo Ministério da Justiça, de onde deve seguir para a Casa Civil e depois para votação na Câmara e no Senado.

A Febraban emitiu uma nota ontem na qual afirma que seus bancos associados investiram R$ 8,3 bilhões em segurança em 2011 e que as falhas apontadas pela CCASP são pontuais, esporádicas e em boa parte meramente de natureza administrativa. De acordo com a nota, os bancos cumprem a legislação e a segurança é uma preocupação central da Febraban.

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