A CIA, agência central de inteligência americana, e FBI, polícia federal americana, acreditam que grupos extremistas americanos, e não integrantes da organização Al-Qaeda, estejam por trás dos ataques biológicos usando bactérias do antraz. Segundo o jornal "The Washington Post", agentes das duas instituições americanas acreditam que esses atos poderiam estar tirando a atenção das autoridades para a verdadeira ameaça de novos atentados terroristas. De acordo com agentes da CIA e do FBI, que pediram que seus nomes fossem mantidos em segredo, afirmaram que não existem provas que liguem as cerca de 80 ameaças de cartas contaminadas por antraz com o terrorista Osama bin Laden. O mesmo já havia sido dito pelo diretor do FBI, Robert S. Mueller III, e pelo procurador-geral dos Estados Unidos, John Ashcroft. A análise dos esporos não conseguiram revelar que laboratório ou governo os teria produzido. "Tudo parece indicar a existência de uma fonte americana. Nada corresponde aos padrões de uma operação terrorista de outro país", afirmou o informante ao "The Washington Post". Segundo o agente, embora Osama bin Laden tenha anunciado que outros ataque ocorrerão, nem a CIA, nem o FBI acreditam que a onda de bioterrorismo seria um novo atentado. A teoria corresponde a declarações realizadas na sexta-feira pelo porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. Em uma entrevista, ele afirmou que um grande grupo de pessoas é capaz de realizar os ataques biológicos. - A qualidade do antraz enviado ao senador Tom Daschle poderia ter sido produzido por um PH D em micro-biologia e por um laboratório sofisticado - disse Fleischer. O FBI e o Serviço de Inspeção Postal estão considerando diferentes grupos extremistas americanos como possíveis responsáveis pelos ataques biológicos, entre os quais grupos de extrema direita e moradores do país simpatizantes das causas islâmicas. Mas os investigadores não têm ainda suspeitos e também não sabem onde podem encontrar outras cartas, ainda não detectadas, com esporos do antraz. De acordo com o rabino Abraham Cooper, diretor associado do Centro Simon Wiesenthal, organização defensora dos direitos humanos, muitas das idéias de Osama bin Laden são compartilhadas por grupos extremistas americanos. Ele lembra que o grupo Ação Ariana elogiou os atentados ocorridos no dia 11 de setembro em Nova York e Washington. Ele lembra que Larry Wayne Harris, um micro-biologista de Ohio e ex-integrante do grupo anti-semita Nação Ariana, foi condenado em 1997 por tentar receber pelo correio o germe que provoca a peste bubônica. No ano seguinte, ele foi preso em Las Vegas após o FBI desconfiarem que ele possuía esporos de antraz. Mas os agentes só encontraram doses da vacina contra a doença em seu carro. Cooper e autoridades do Projeto Southern Porvety Law, que monitora grupos extremistas americanos, afirmam existirem evidências de que esses tipos de grupos possam utilizar ataques com bactérias de antraz.
Rio de Janeiro, Sábado, 20 de Abril de 2024
Atentados com antraz pode ser obra de terroristas norte-americanos
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Publicado Sábado, 27 de Outubro de 2001 às 09:45, por: CdB
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