Atentado a bomba em Jerusalém marca nova escalada de violência no Oriente Médio

Arquivado em:
Publicado Quarta, 23 de Março de 2011 às 08:37, por: CdB
israelatentado-300x168.jpg
Uma bomba explodiu perto de um ônibus nesta quarta-feira em um bairro judeu de Jerusalém, ferindo dezenas de pessoas, informou a polícia. Várias ambulâncias foram para o local, próximo a um terminal central de ônibus e de um centro de conferências no centro da cidade. Segundo o serviço de ambulâncias Magen David Adom, aparentemente ninguém foi morto no ataque e nenhuma organização, até agora, assumiu a autoria do atentado. A polícia disse que um dispositivo explosivo foi detonado perto de um ônibus e mais de 20 pessoas ficaram feridas. Imagens ao vivo na televisão mostravam o ônibus com janelas quebradas e manchas de sangue na calçada. Pelas imagens, a explosão provavelmente não ocorreu dentro do veículo. Explosões se tornaram raras em Jerusalém nos últimos anos. Os palestinos realizaram dezenas de ataques na cidade no auge de uma insurgência que começou em 2000. A explosão pode ser ouvida a quadras de distância, segundo o diário israelense Haaretz, e estourou os vidros de dois ônibus lotados. Os feridos, quatro deles em estado grave, foram levados ao Hospital Hadassah, em Ein Kaem. A bomba, segundo o jornal, estava em um telefone público do lado do ponto de ônibus, que fica em frente ao Centro de Convenção Internacional e do lado oposto da estação central de ônibus. Já emissoras de TV dizem que a bomba foi colocada junto a um ônibus da linha regular 74 da companhia local Egued. A polícia fechou o local e busca por mais explosivos. Inúmeras equipes de emergência e policiais trabalham no local, onde isolaram a área e fecharam o trânsito. Ataque aéreo Ainda segundo fontes policiais, o ataque em Jerusalém teria sido uma resposta aos ataques de aviões israelenses contra a Cidade de Gaza nesta quarta-feira, horas depois de militantes palestinos terem disparado dois foguetes contra o sul de Israel. Um dos foguetes atingiu a maior cidade da região, Beer Sheva, ferindo levemente quatro pessoas, segundo o Exército israelense. O segundo caiu perto da cidade de Ashdod. O grupo palestino extremista Jihad Islâmica assumiu a autoria dos ataques, afirmando que foram uma represália à morte de oito palestinos em um ataque de Israel próximo à Cidade de Gaza que matou oito pessoas na terça-feira, entre eles duas crianças. A nova onda de violência é considerada a mais grave desde a Operação Chumbo Fundido, a ofensiva israelense à faixa de Gaza, de dezembro de 2008 a janeiro de 2009, que deixou cerca de 1,4 mil mortos do lado palestino e 13 do lado israelense. O vice-primeiro-ministro de Israel, Silvan Shalom, afirmou que se a violência continuar, "não teremos alternativa, exceto uma segunda operação Chumbo Fundido". O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu disse nesta quarta-feira que as forças de Israel continuariam a mostrar "firme determinação" e a realizar ataques: – As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) estão agindo e agirão contra organizações terroristas na faixa de Gaza. Nenhum Estado está preparado para tolerar ataques com foguetes contínuos contra seus cidadãos – disse o premiê, após os ataques com morteiros e foguetes. Reação preliminar A prefeitura de Beer Sheva ordenou o fechamento de todas as escolas, nesta manhã, depois que os foguetes atingiram a cidade. A população entrou em pânico. O grupo Jihad Islâmico afirmou que os ataques eram "apenas uma reação preliminar aos crimes do sionismo contra nosso povo em Gaza". Outro grupo palestino, o Comitê de Resistência Popular, assumiu a autoria de ataques com oito morteiros que foram lançados contra o sul de Israel. Depois de 26 meses de uma relativa trégua entre Israel e os grupos militantes palestinos da faixa de Gaza, a nova onda de violência teve início na terça-feira da semana passada, quando dois membros importantes do braço armado do Hamas foram mortos por um bombardeio israelense. Os ataques ocorrem no momento em que o Oriente Médio vive sua pior onda de revolta em décadas. Analista militar do canal 10 da TV israelense, Alon Ben David acredita que o atual momento é o início da nova escalada e afirmou que o contra-ataque a morteiros lançados pelos palestinos tinha ido 'além das proporções pontuais segundo as quais o Exército israelense costuma reagir' a esse tipo de ataque. Já Nabil Abu Rodeina, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, voltou a acusar Israel de "provocar uma escalada para sabotar as tentativas dos palestinos de uma reconciliação nacional". Nos últimos dias, tanto Abbas, líder do grupo Fatah, quanto o líder do Hamas na faixa de Gaza, Ismail Hanyia, vinham mencionando a possibilidade de um encontro para por um fim à cisão entre as duas facções, que já vigora há quase quatro anos.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo