Ataques não devem minar negociações no Oriente Médio, dizem EUA

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Publicado Domingo, 08 de Junho de 2003 às 15:44, por: CdB

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, disse neste domingo que o ataque conjunto de três grupos militantes palestinos, que matou quatro soldados israelenses, não deve arruinar o "mapa da paz" do presidente George W. Bush para o Oriente Médio. - O que nós temos que fazer agora é ter certeza de que não vamos permitir que este incidente trágico e terrível arruine a força viva do mapa da paz que começou nas cúpulas de Sharm el-Sheikh e Aqaba na semana passada - disse Powell em uma entrevista para a televisão. O ataque, realizado pelo Hamas, pela Jihad Islâmica e pelas Brigadas dos Mártires al-Aqsa, que não cumpriram as garantias de paz dadas pelo primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, aconteceu dias depois de Bush viajar ao Oriente Médio para participar de negociações que impulsionariam os planos apoiados pelos EUA para um Estado palestino em 2005. Powell disse que o "mapa da paz" era uma "alta prioridade" para Bush, mas Abbas e o premiê israelense, Ariel Sharon, deveriam cooperar para controlar o terrorismo. - Nós todos temos que trabalhar juntos para fazer com que o terrorismo seja posto sob controle, mas, ao mesmo tempo, não deixar que o terror nos pare - disse Powell no programa Fox News Sunday. Powell disse a repórteres que os EUA estavam em contato com Abbas e com autoridades israelenses, "garantindo que nós não vamos permitir que esse tipo de atividade terrorista alcance o objetivo dos terroristas, que é arruinar nossos esforços em direção a um caminho da paz". O ministro da Justiça israelense, Tommy Lapid, disse que o ataque "terrível, horrível" não significava o fim do "mapa da paz". - Os fanáticos estão tentando destruir nosso esforço, e eles não o conseguirão - ele disse no programa Late Edition, da CNN. "CORRER ALGUNS RISCOS" O ministro palestino Nabil Shaath concordou que o ataque não havia destruído o mapa da paz, mas destacou que o Exército israelense havia matado quatro palestinos nos últimos dias. - Nós precisamos olhar a história toda e não apenas o incidente palestino - ele disse à CNN. Ambos os lados agora precisam "correr alguns riscos" para seguir adiante com "uma oportunidade real para a paz", acrescentou Shaath. Powell disse que os Estados Unidos dariam ajuda prática a Abbas para que ele lidasse com os grupos militantes. O premiê palestino descartou diálogo com o Hamas depois de o grupo ter suspendido conversas de trégua por causa da postura conciliatória de Abbas com Israel. A conselheira de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, disse que o governo palestino iria precisar de ajuda internacional. - Aqueles que dizem que eles querem paz, e eu agora quero dizer os vizinhos árabes, também terão que lidar com o Hamas e com a Jihad Islâmica palestina e com as Brigadas al-Aqsa. A liderança palestina não pode fazer isso sozinha. As pessoas precisam suspender o envio de dinheiro para estas organizações - disse Rice no programa This Week with George Stephanopoulos, da ABC. Powell reclamou do presidente palestino, Yasser Arafat. - Yasser Arafat precisa desempenhar um papel mais positivo do que o que ele está desempenhando nos últimos dias ou nos últimos anos - disse Powell, deixando claro que os EUA estavam apoiando Abbas em vez de Arafat. - Nós vamos fazer todo o possível para ajudá-lo (Abbas) e a seu gabinete a desenvolverem a capacidade de lidar com o terrorismo em Gaza e na Cisjordânia. Mas ele disse que seria "difícil para Israel fazer as difíceis escolhas que deve fazer segundo o mapa da paz se estiver sendo constantemente atacada por terroristas".

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