Ataque de Israel a líder do Hamas deixa 15 mortos e 145 feridos

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Publicado Terça, 23 de Julho de 2002 às 10:02, por: CdB

O movimento de resistência islâmica Hamas confirmou, na manhã desta terça-feira, a morte de Salah Shehade, o líder do braço armado da organização, as Brigadas de Izzedine al Qassam, em um bombardeio israelense à Cidade de Gaza, que matou mais 10 pessoas, incluindo crianças, e feriu dezenas. O ataque ocorreu na noite de segunda-feira, com Israel usando um caça F-16 para realizar o bombardeio, no centro da cidade. As autoridades israelenses culpavam Shehade por centenas de ataques terroristas que resultaram na morte de muitos israelenses. O bombardeio levou uma multidão de seguidores do Hamas às ruas de Gaza, onde os manifestantes pediram vingança. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, divulgou um comunicado em que afirmou que o "governo de Israel deve suspender tais ações e deve se comportar de uma maneira que não permita a morte de civis inocentes". Falando em uma reunião de seu gabinete, na manhã desta terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, classificou o ataque aéreo de um sucesso. "Nós não temos interesse em atingir civis inocentes e sempre lamentaremos que civis tenham sido atingidos por essa ação, que, na minha opinião, foi um dos nossos maiores sucessos", disse Sharon. "E, é claro, isso nos obriga a nos manter em total estado de alerta". Fontes médicas palestinas disseram que pelo menos 11 pessoas foram mortas no bombardeio. Outras autoridades disseram que o F-16 lançou um míssil na direção de uma área residencial, atingindo três prédios. Cerca de 150 pessoas também ficaram feridas, e corpos estavam sendo retirados do meio dos escombros, segundo as fontes. Ao todo, sete crianças - incluindo um bebê de 2 meses - e quatro adultos foram mortos, de acordo com as fontes. Dos feridos, 15 encontram-se em estado crítico. As fontes palestinas disseram que Israel visou a casa de Shehade, matando também sua mulher e três de seus seis filhos. Os corpos foram identificados em um hospital. "Eu não acho que Sharon tenha pretendido, ao fazer isso, dar ao processo de paz qualquer chance", declarou Erakat. "Nada justifica visar e bombardear essa área residencial". Um porta-voz do Hamas, Abdel-Aziz al-Rantissi, afirmou que Israel pode esperar uma represália. "O que aconteceu aqui foi uma escalada, que será respondida à altura", disse. Israel investigará operação Mesmo classificando o ataque aéreo de um sucesso, Sharon pediu as Forças de Defesa de Israel que reexaminassem a operação. "Eu gostaria que o ministro da Defesa analisasse a mais recente operação, em que atingimos, talvez, o mais alto dirigente do braço militar do Hamas...", disse Sharon. Imagens transmitidas pela televisão mostraram cenas de desespero - feridos sendo levados em macas para hospitais, e moradores ensangüentados e apavorados surgindo do meio dos destroços. Fontes militares israelenses, citadas pelo jornal Haaretz, disseram que o Hamas fará "todos os esforços" para revidar. Em 1996, Yahya Ayyash, outro importante dirigente militar do Hamas, conhecido como "O Engenheiro", foi morto em Gaza, em um ataque amplamente atribuído ao serviço de segurança israelense Shin Bet. A morte de Ayyash levou a quatro atentados suicidas de retaliação, assumidos pelo braço armado do Hamas, que mataram dezenas de israelenses. Violência em meio a conversações O mais recente revés nos esforços de paz ocorreu enquanto autoridades israelenses e palestinas discutiam meios de reduzir as tensões na região. Na manhã de segunda-feira, o líder espiritual do Hamas, xeque Yassin, havia declarado que seu grupo analisaria a possibilidade de por fim aos ataques terroristas se os israelenses se retirassem de territórios palestinos. "Uma vez a ocupação e todas essas medidas contra o nosso povo tiverem parado, nós estaremos prontos para estudar, totalmente, o fim das operações de martírio, de uma forma positiva", disse Yassin à imprensa, em Gaza. "Mas, no momento, nó

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