Assembléia na Ford da Bahia termina em briga

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Publicado Sexta, 12 de Abril de 2002 às 13:32, por: CdB

Um conflito envolvendo sindicalistas, funcionários da fábrica da Ford em Camaçari e policiais militares resultou em ferimentos de 16 pessoas na manhã de hoje. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, Aurino Pedreira recebeu um soco na barriga e ficou cinco minutos desacordado. Três trabalhadores foram atendidos no posto médico da Ford com mal-estar, seis devido a escoriações leves, sete com irritação nos olhos e um com um corte na cabeça. Tudo começou na entrada do turno da manhã, por volta das 5h30, quando um grupo de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) apareceu de surpresa na pista de acesso à entrada da fábrica, para promover uma assembléia reivindicando a equiparação de salários entre os trabalhadores da unidade baiana e a de São Paulo. Conforme Álvaro Gomes, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, que participou da assembléia, o salário médio de um operário da Ford de Camaçari gira em torno de R$ 450 enquanto em São Paulo chega a R$ 1,8 mil. Os sindicalistas decidiram bloquear a passagem dos ônibus que transportavam os funcionários, o que fez a direção da empresa acionar o 12º Batalhão da Polícia Militar de Camaçari. Quatro viaturas chegaram logo depois ao local e de pronto apreenderam o carro de som dos manifestantes. Em seguida, os policiais tentaram desbloquear a passagem agredindo os sindicalistas e a briga começou. Os manifestantes passaram a atirar pedras e a PM respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. O conflito durou mais de uma hora. O gerente de assuntos institucionais da fábrica da Ford de Camaçari Miguel de Oliveira, lamentou o episódio, admitindo que a empresa não esperava uma briga quando chamou a PM para garantir o acesso dos funcionários. "Acho que o tumulto ocorreu quando os policiais apreenderam o carro de som do sindicato e os sindicalistas atiraram pedras", disse. Aurino Pedreira e Álvaro Gomes disseram que não pretendem registrar queixa pelas agressões mas fazem questão de informar o ocorrido para a sede da Ford nos Estados Unidos. Eles identificaram o capital João Neto como o PM que comandou a repressão na porta da fábrica.

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